Kybelé, a deusa-mãe.
No princípio, era uma deusa. Hoje, são várias. Fotografia de Angelo Lamparelli. Styling de Özge Efek.
Deusa originária da Frígia, Kybelé – ou, em português, Cibele –, era considerada a "Mãe dos Deuses", ou Deusa mãe, e simbolizava a fertilidade da natureza. O seu culto começou nas regiões da Ásia Menor e alastrou-se por diversos territórios da Grécia Antiga, onde partilhava aspetos em comum com a deusa da Terra, Gaia. De acordo com aquele povo, Cibele seria também uma encarnação de Reia e era representada, frequentemente, com uma coroa de muralhas, símbolo do seu poder militar enquanto protetora e, ao mesmo tempo, arrasadora de cidades, com leões por perto ou num carro puxado por esses animais e uma cornucópia, o chifre da abundância, associado à fertilidade e à riqueza. Em Roma, esta Magna Mater (“a grande mãe”) acabou por ser um elemento religioso chave na segunda batalha romana contra Cartago. Os mitos estabeleceram-na, depois, como uma deusa troiana, ou seja, uma deusa ancestral do povo romano através do Príncipe Eneias, e o seu culto disseminou-se pelo Império. No reino da Vogue, ela não é só a Mãe. Ela é a Mulher. Todas as mulheres.