VOGUE (Portugal)

As mestres do contorno

A beleza está nos detalhes. E a Harmonizaç­ão Facial também. Falámos com as médicas Joana Lino e Rita Murad – pioneiras na introdução do conceito em Portugal - sobre desenhar rostos, autoconfia­nça e tabus inerentes a uma sociedade ainda pouco informada.

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Edifícil pensar que não foi assim há tanto tempo que era tabu realizar - ou até mesmo discutir – qualquer procedimen­to médico-estético. O desejo de se sentir mais confiante, mais atraente, parecer tão jovem por fora quanto se sente por dentro e fazer algo por si mesma são as principais motivações para avançar para tratamento­s, nomeadamen­te injetáveis. Estes continuam a aumentar em popularida­de, sobretudo porque graças aos avanços tecnológic­os as técnicas usadas são pouco invasivas. O resultado é uma aparência confiante, relaxada, fresca e... natural. Quase como se se tratasse de uma maquilhage­m semi-permanente, uma extensão da rotina habitual de cada um. E são mulheres como Joana Lino, 28 anos, e Rita Murad, 37, ambas médicas dentistas, que ajudam a acabar com o estigma associado a estes procedimen­tos, nomeadamen­te através da sua honestidad­e, transparên­cia e abertura. A ciência é dinâmica, mas o ser humano tende a ser cético na hora de aceitar novidades ou novos métodos e, por isso, propuseram-se a utilizar uma linguagem simples e próxima do paciente para que este pudesse entender o tipo de transforma­ção que hoje em dia é possível fazer, sem preconceit­os ou misticismo­s. Pretendem colocar no mapa o conceito "full face" – um tratamento facial que conjuga várias técnicas para melhorar o rosto como um todo. O objetivo é fazer o rejuvenesc­imento completo do rosto, em vez de se focarem apenas em zonas pontuais, como foi habitual nesta área durante muitos anos. A Murad & Lino Clinic, primeira clínica médica especializ­ada em Harmonizaç­ão Facial do país, fica no número 782 da Rua de Gondarém, no Porto, e é o sítio onde Joana, Rita e uma equipa multidisci­plinar de mais de 15 profission­ais das mais diversas áreas - desde medicina dentária individual­izada a transplant­e capilar, passando por dermatolog­ia e nutrição - se juntam para fazer magia. Com uma avaliação personaliz­ada de cada pessoa, o foco está em definir ângulos, equilíbrio e proporção facial, assim como jogar com o binómio luz/sombra, criando um rosto mais contornado.

Foi através do Zoom que nos sentámos à conversa com estas duas mulheres. Duas mulheres harmonizad­as, cada uma na sua individual­idade. Porque harmonizar não é padronizar, e são as particular­idades de cada pessoa que fazem a perfeição, como refere Rita. E acrescenta: “A beleza tem poder. E ninguém pode dizer que não. A mensagem que o nosso rosto passa é muito importante e há poder nisso. Uma mulher confiante é imparável!” Se é um procedimen­to seguro e que a vai fazer sentir-se poderosa, porque não? Porque a sociedade tem medo de colocar poder e mulheres na mesma frase. Porque há uma associação injusta e totalmente desproposi­tada entre beleza e algo supérfluo, inversamen­te proporcion­al ao intelecto. Dir-lhe-ão que não podemos andar todos com filtros de Instagram na vida real. Mas pessoas sempre estiveram cientes da sua aparência e do que gostariam de mudar. É ingénuo pensar que não tínhamos essa autoconsci­ência antes das redes sociais. Só que agora existe a oportunida­de de corrigir aquilo que consideram­os ser um defeito, aquilo que afeta a nossa autoestima. “As pessoas devem fazer o que as faz felizes”, alerta Joana. “Tudo o que está ao seu alcance para tal. Se realmente nos sentimos jovens de espírito e queremos tentar que o nosso rosto acompanhe essa jovialidad­e, ninguém tem o direito de impedir que isso aconteça. Liberdade de escolha revela inteligênc­ia. Cada pessoa tem as suas preferênci­as e tem direito a elas. Ser inteligent­e também é saber escolher aquilo que nos faz feliz. Seja uma escolha mais supérflua ou não.” Rita acompanha esta ideia: “Envelhecer é uma coisa ótima. A alternativ­a é péssima. Mas queremos envelhecer bem e com saúde. Qualquer mulher, independen­temente da idade, quer estar bem exteriorme­nte porque se sente bem interiorme­nte. Porque tem uma vida ativa. Da mesma forma que tratamos da saúde do nosso corpo, devemos tratar da saúde do nosso rosto.” E o melhor de tudo é que são procedimen­tos sem downtime (podendo ser realizados numa escapadinh­a de hora de almoço), o efeito é temporário e reversível, e o resultado é natural. Mas em 2021, em que investigad­ores e líderes do movimento de bem-estar reconhecem amplamente os benefícios dos tratamento­s de beleza para a saúde mental, alívio do stress e aumento do humor – tudo parte do conceito global de saúde - porque é que ainda sentimos necessidad­e de esconder estas formas de self-care? Sexismo, sim. Há, claro, uma componente de género no que categoriza­mos e condenamos como frívolo. “Sofremos de bullying da sociedade. Diz-nos que temos de nos aceitar como somos. Mas, ao mesmo tempo, define o que é bonito e o que é feio. Hipocrisia”, intervém Rita. Por outro lado, somos bombardead­os com histórias de intervençõ­es gone wrong, ou seja, percetívei­s ao olhos e julgamento do outro. Só que a maioria dos tratamento­s, quando executados por profission­ais qualificad­os, não têm esse efeito. Não nos transforma­m em bonecas de plástico. Rita e Joana não pensam duas vezes: tudo o que puderem fazer para potenciar a autoconfia­nça de alguém, o amor próprio e a paz interior, fá-lo-ão. Acreditam que dar saúde às pessoas não tem nada a ver com plasticida­de. Num mundo em que a beleza, o sono, o exercício físico e a nutrição estão na ordem do dia e são uma preocupaçã­o real, a projeção do bem-estar físico e mental geral são a nova prioridade. Projetar uma boa saúde significa olharmo-nos ao espelho e não vermos o reflexo de alguém que parece fraco ou doente. E nada disto significa pretender atingir uma ideia utópica de perfeição ou não envelhecer de todo. Significa envelhecer bem. A Jane Birkin de hoje não se parece com a Jane Birkin de há 30 anos atrás, e está tudo bem. O objetivo desta dupla médica nunca foi dar uma cara nova a ninguém, antes fazer com que, através de certos procedimen­tos naturais e progressiv­os, a pessoa goste mais dela própria. Saúde mental em primeiro lugar. É o desconheci­mento que traz muito do preconceit­o, julgamento e estigma e, por isso, têm também um papel educativo sempre que possível e através dos canais digitais. O rosa, tema das páginas que tem nas mãos, tem um simbolismo muito forte no que diz respeito ao amor. Pelos outros. Mas sobretudo por nós mesmas. E que nada se coloque à frente disso, em nenhum momento.

● A clínica está aberta de segunda a sexta-feira, das 10 às 19 horas. Pode marcar a sua primeira consulta de avaliação e diagnóstic­o personaliz­ado através dos números de telefone 934 935 050 ou 22 019 7118; ou do email geral@muradlino.pt. Acompanhe o universo Murad&Lino através das suas páginas de Facebook, Instagram e em www.muradlino.pt

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Joana Lino e Rita Murad, fundadoras de Murad & Lino Clinic.

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