Let it burn.
The Fire & The Freaks, a nova marca da modelo Carolina Minchetti, quer-se eletrizante e global. A criadora falou com a Vogue sobre ser diferente e a concretização de um sonho.
Chama-se The Fire & The Freaks e é muito mais que uma marca de roupa, é um estilo de vida.
HStyling de Larissa Marinho. á mais uma marca a juntar-se ao excelente repertório Made in
Portugal, que liga a Moda à música eletrónica. Chama-se The
Fire & The Freaks, e veio para incendiar o nosso guarda-roupa acabando com todo e qualquer convencionalismo. E porque um pouco de loucura nunca fez mal a ninguém, Carolina Minchetti
– modelo brasileira que reside em Portugal deste muito pequena – propõe peças que se desviam da norma e quer provocar um “wow
factor” a quem dividir o passeio com as suas clientes. Crop tops, peças em licra que acompanham a silhueta, brilhos, casacos com franjas, cores fluorescentes, transparências, correntes, chamas desenhadas com lantejoulas. Nada é demasiado arrojado ou excessivo. Nada é demasiado alternativo. Nada é demasiado provocante. Nada é demasiado demasiado. A marca respira liberdade e envolve-nos nas suas propostas embriagantes que parecem vir de outra galáxia.
Tudo começou precisamente pelas fantasias que Carolina construía para usar em festivais de música pelo mundo (nomeadamente o Burning Man, nos Estados Unidos, o Universo Paralello no Brasil, ou o Tomorrowland, na Bélgica). “Comecei a perceber que as pessoas gostavam das minhas fantasias, dos acessórios que usava. Tinha muita gente a perguntar porque é que não as vendia. Quando percebi que havia procura por parte de pessoas desconhecidas, analisei a hipótese de criar algo que fosse um meio-termo, que tivesse tanto de fantasia como de casual. Que não fosse só para usar em ocasiões muito específicas”, conta-nos Carolina sentada em frente aos seus protótipos. Está vestida com um dos tops da coleção onde se pode ler “Freaks: cool people who are liked for their individuality and natural weirdness” (Freaks: pessoas cool que são apreciadas pela sua individualidade e estranheza naturais).
A inspiração, essa, bebeu-a das suas vivências e da sua própria iconografia, que é bastante familiar às mais de 40 mil pessoas que a acompanham nas suas aventuras, através do Instagram. Porquê este nome? “Eu adoro fogo e acredito muito na energia dos elementos. Tem a ver com o meu signo. Sou carneiro (e sou muito carneiro!)” – pausa para pesquisar sobre o signo carneiro: é o mais dinâmico de todos os signos do Zodíaco. Os nativos de carneiro são líderes natos e estão sempre dispostos a abrir novos caminhos sendo pioneiros e determinados. Estamos esclarecidos. Continua: “Pensei para mim ‘não sei qual vai ser o nome, mas vai ter de ter a palavra fogo’ porque fogo para mim significa vontade, garra. Algo que sempre tentei ter de alguma forma. E o freaks... eu procuro coisas diferentes, fora do comum. Obviamente cá em Portugal é difícil encontrar o estilo de roupa no qual eu enquadro a minha marca. Roupa sem limitações. Para pessoas sem limitações. Que se preocupam muito pouco com o que os outros pensam. Tal
como a minha camisola diz, para pessoas que não seguem um padrão, que não têm um estilo definido, usam o que querem, fazem o que querem... e eu queria chegar a esse tipo de pessoas. Acaba por ser um nicho, mas é com esse tipo de pessoas que eu quero comunicar.” Em conversa, refere também duas musas da cultura popular que a inspiram: a cantora americana Billie Eilish e a stylist e DJ espanhola Sita Abellán. Ambas com um estilo muito peculiar – que no fundo abraça toda e qualquer estranheza, que o público adora. Regras e tendências não fazem parte da equação. A Moda é algo divertido, que não as prende, da qual não são escravas, que não as faz sofrer. Tal como na The Fire & The Freaks.
A pandemia atrasou um pouco o processo, que não foi tão breve quanto previa, mas Carolina está confiante. Tentou e conseguiu. Concretizou um sonho, foi uma vitória pessoal. Quer ter impacto, quer que as pessoas olhem e pensem: “Isto é diferente”. Para o futuro, o desejo é internacionalizar. “Quero chegar longe. Quero fazer parcerias com marcas e pessoas. Ter a Sita a usar as minhas peças seria incrível. Cada dia aprendo mais e descubro um pouco mais desta minha paixão recente. Tanto posso dizer que hoje em dia estou a seguir determinada ideia como depois introduzir algo completamente diferente, porque não tenho rótulos. Vou acrescentando aquilo que acho que faz sentido. Estou em constante mutação.” Estas são as últimas palavras de Carolina, que se despede de nós com um sorriso orgulhoso. E não é para menos. Futurista, com um quê de mágico. A The Fire & The Freaks não pensa nem dentro nem fora da caixa. Simplesmente não existe caixa. E convida toda a gente a entrar neste mindset e estilo de vida criativo, sem constrangimentos ou compromissos. Porque esta energia contagiante pode destabilizar, inspirar, revolucionar e mudar o mundo.
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