THINK SHOCKING PINK
Elsa Schiaparelli e Coco Chanel. Duas mulheres que, a partir dos anos 20 do século passado, revolucionaram a Moda. Duas mulheres visionárias, à frente do seu tempo. E, ainda assim, duas “queridas inimigas.” Conta-se que a francesa se recusava a pronunciar o nome da italiana, e se dirigia a esta como “aquela italiana que faz vestidos”, com um forte tom de desdém. E é por falar em tom – rosa, para sermos exatos – que o nome Schiaparelli se ergue. É que, mais do que a qualquer outro criador, é a Schiaparelli que se atribui a origem do tom rosa--choque (que, por sinal, causava aversão a Coco). Arrojada e criativa, foi após uma encomenda sua que um químico inventou aquela cor, a mesma que a criadora acabaria por usar na embalagem do seu perfume, Shocking. O frasco tinha o formato do corpo da famosa atriz Mae West, que personificava a ousadia do estilo Schiap. O rosa-choque passou a marcar presença em vestidos, acessórios e até no figurino de Moulin Rouge, filme de 1952 protagonizado por Zsa Zsa Gabor. Aquela cor foi usada em diversas criações da estilista e tornou-se um marco no mundo da Moda. Schiaparelli passou a ser considerada a mãe do rosa-choque e, posteriormente, o tom (que era o seu preferido) ganhou o título oficial de “shocking pink” entre os profissionais da indústria. O rosa permanece uma constante em tudo o que leva a etiqueta da maison italiana, seja na catwalk ou na red carpet. E se por acaso a tem no seu armário, é a Schiaparelli que deve agradecer.