PRETTIEST IN PINK
A Moda tem esta capacidade única de marcar um momento e de transformar peças em ícones históricos. Já relembrámos o vestido rosa-choque que Marilyn Monroe usou em Os Homens Preferem as Loiras, por isso seria impossível seguirmos este trajeto sem passar por Breakfast at Tiffany’s (1961) – o filme, mas acima de tudo o guarda-roupa que o compôs. Para começar porque este contou com a assinatura de Hubert de Givenchy, e, para terminar, porque Audrey Hepburn seria, pelo menos nos dias de hoje, a única atriz que imaginaríamos a representar a delicada, porém irreverente, Holly Golightly. O encontro entre a atriz e o designer causou um grande alarido em Hollywood: ao ser avisado de que a Sra. Hepburn estava na sua loja, ele recebeu-a pensando tratar-se de Katharine Hepburn. Após a desilusão inicial, percebeu que tinha à sua frente aquela que viria a tornar-se a sua melhor modelo – e, como se viu depois, amiga e confidente. Audrey não era, ainda ultra-conhecida, não tinha umas curvas por aí além, mas possuía a elegância refinada necessária para vestir as suas criações. Além do aclamado vestido preto que vemos na primeira cena da longa--metragem, há um outro que não devemos ignorar: o vestido de cocktail em seda rosachoque, cravejado de strass, com um laço rosa na cintura. Era a combinação sublime entre a beleza natural, a (aparente) fragilidade e o charme inquestionável de Holly Golightly, perdão, de Audrey Hepburn. Ela foi mesmo the prettiest in pink.