VOGUE (Portugal)

Best Of: Musicais

Desafiamos qualquer leitor a manter-se quieto, no sofá, depois de carregar no botão de play para ver qualquer uma destas obras-primas.

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Comecemos pelo princípio, que é como quem diz, por Singin’ In The Rain (1952). Amplamente conhecido pelas suas cenas de dança, protagoniz­adas por Gene Kelly e Debbie Reynolds, este é o primeiro musical a ver para qualquer amante de cinema. Pode prosseguir com Funny Face (1957), o pas de deux mais-que-perfeito entre Audrey Hepburn e Fred Astaire, e Guys And Dolls (1955), uma orgia cinematogr­áfica que junta Frank Sinatra e Marlon Brando, entre outros pesos pesados da sétima arte. Consta que Steven Spielberg está a fazer um remake de West Side Story (1961) mas, sejamos sinceros, será possível ultrapassa­r a magia do filme original? Não nos parece. Até porque, para nós, Maria será sempre Natalie Woods, e qualquer outra atriz que tente “calçar os seus sapatos” terá de se contentar com o triste facto de ser um fantasma (não, não nos enganamos) da heroína original. Outro título obrigatóri­o é My Fair Lady (1964), em que Hepburn, ou melhor, Eliza Doolittle, se transforma numa Cinderela moderna. Se está a seguir a nossa ordem cronológic­a, é tempo de rever The Sound of Music (1965) e começar a cantarolar “The hills are alive…” E mais não dizemos, porque nos parece redundante. Siga, sem hesitações, para Funny Girl (1968), um dos melhores papéis de Barbara Streisand, que lhe valeu um hit, Don't Rain on My Parade. Hit é, aliás, a palavra certa para falar de Cabaret (1972), que arrecadou oito Óscares, incluindo o de Melhor Atriz Principal, para Liza Minnelli, e Grease (1978) que juntou a dupla maravilha Olivia NewtonJohn e John Travolta. O início dos anos 80 trouxe Fame, o filme de Alan Parker sobre os estudantes de uma escola de dança que lançou Irene Cara, que três anos depois, alcançaria o auge da carreira com Flashdance…What A Feelin’, a canção-tema do filme Flashdance —e que também cai muito bem nesta lista. Num registo menos dançável, há que ver Annie (1982) porque, como a protagonis­ta nos diz, a dada altura, “The sun will come out tomorrow.” Mais recentes? Claro. Há Moulin Rouge (2001), a trip megalómana de Baz Luhrmann que juntou Nicole Kidman e Ewan McGregor numa história de amor com (spoiler) final infeliz. Há Chicago (2002), um tête-à-tête na arte de bem representa­r entre Catherine Zeta-Jones e Renee Zellweger que nos fez saltar da cadeira do cinema — já para não falar do portento que é a sua banda sonora. Há Mamma Mia! (2008), e o que dizer deste filme que é um hino ao repertório dos ABBA? Se é bom para Meryl Streep, é bom para nós. Há Les Miserábles (2012), de Tom Hooper, que conseguiu a proeza de juntar um elenco de sonho e pôr meio mundo a ler o romance de Victor Hugo. Há La La Land, o furacão que, em 2016, recebeu 14 nomeações aos Óscares, acabando por vencer seis, entre eles os de Melhor Realização e Melhor Atriz. Há Rocketman (2019), o desconcert­ante biopic sobre a vida de Elton John. Se chegou a este ponto e deu pela falta de Cats, deu muito bem. O musical de Andrew Lloyd Webber, que estreou em maio de 1981, ainda não teve uma adaptação cinematogr­áfica à altura. Tal como a maior parte das suas produções: tanto Jesus Christ Superstar (1970) ou The Phantom of The Opera (1986) já passaram para o grande ecrã, mas não com a magnificên­cia que merecem.

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