VOGUE (Portugal)

GRACE JONES & AZZEDINE ALAÏA

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Ela nasceu em 1948, na Jamaica. Ele em 1940, na Tunísia. De ambos não é certa a data de nascimento: tanto um como o outro se recusava a admitir a idade. Não era, porém, apenas da partilha desta caracterís­tica que se escrevia a amizade entre o designer (que morreu em 2017) e a manequim, cantora e atriz, Grace Jones. Azzedine Alaïa estreava-se no prêt-aporter em meados da década de 80, com uma coleção moldada em couro e de enorme carga erótica, muito bem recebida pela crítica. A mesma acabaria por coincidir com a inauguraçã­o de um novo atelier no boémio bairro Marais, em Paris. Na capital da Moda, os especialis­tas atribuíam-lhe o título de King of Cling (“o rei do justo”), numa perfeitame­nte ajustada (passe a redundânci­a) definição das suas criações, que abraçavam o corpo como um beijo quente e sensual. E quem melhor para se ajustar a estas senão Grace Jones? Camaleónic­a, de visual andrógino e uma inquestion­ável influência no movimento do power dressing, Jones acabaria por se tornar não só numa das musas do criador, como também numa das suas grandes amigas. Alaïa foi, por isso, presença fundamenta­l na carreira de Jones, e as suas criações assíduas nas aparições da artista. Mas há uma peça que se destaca: o vestido corde-rosa de capuz — imagem de marca de Jones — usado pela atriz em A View to A Kill (1985). May Day, a sua personagem no décimo quarto filme da saga James Bond, foi apontada como sendo a Bond Girl com mais estilo de sempre. É apenas uma suposição, mas nós assinamos por baixo.

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Azzedine Alaïa e Grace Jones na Semana de Moda de Paris, nos anos 90.

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