LIZA MINNELLI & HALSTON
É provável que estes nomes, em tempos estranhos para algum leitor, se tenham tornado, de um dia para o outro, perfeitamente familiares. A Netflix estreou, a 14 de maio, uma biopic de cinco episódios que conta a história de vida de Roy Halston Frowick (1932-1990). Ou Halston, o homem que mudou para sempre o rumo da Moda norte-americana. “Provavelmente limpei-a. Aliás, tratavam-me por Mr. Clean. Foi só livrar-me de todos os detalhes que não serviam para nada. Sempre detestei coisas que não funcionam”, relatou o criador numa entrevista à Vogue, em 1980. Como todos os artistas, também ele tinha a sua musa: Liza Minnelli (Estados Unidos, 1946), a estrela da Broadway que viveu consigo os tempos áureos de Nova Iorque dos anos 70. Juntos, eram inseparáveis — ele nos seus conjuntos all-black e óculos escuros, ela nos seus vestidos cintilantes, fosse a dançar no icónico Studio 54, noites a fio, a esfumaçar longos cigarros em eventos VIP, ou em pequenos gatherings na casa do criador, onde se juntava a nata da sociedade nova-iorquina. E apoiavam--se mutuamente. O designer enviava à atriz e cantora um novo par de calças em veludo preto a cada três meses. “Ele fazia as mulheres sentirem--se glamourous”, recordou Minnelli numa conversa com o The New York Times. Halston vestia-a para todas as ocasiões: quando Liza recebeu o Óscar de Melhor Atriz, em 1973, pela sua atuação em Cabaret usou um inesquecível vestido Halston amarelo canário, tal como fez em todos os eventos que marcaram a sua vida. E quando Halston pediu à amiga que cantasse no seu desfile em Versailles, no “frente-a-frente” entre criadores americanos e franceses que ficou conhecido como The Battle of Versailles, ela não lhe virou as costas. Porque eles perceberam, cedo, que eram better together.