VOGUE (Portugal)

“IT IS THE TIME YOU HAVE WASTED FOR YOUR ROSE THAT MAKES YOUR ROSE SO IMPORTANT.”

Antoine de Saint-Exupéry, The Little Prince

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tempo não só está no centro da organizaçã­o da nossa vida, como é fundamenta­l na forma como a vivemos. Sabemos que o tempo tem impacto na memória, mas também é a memória que cria e molda a nossa experiênci­a temporal. É a memória que cria as propriedad­es elásticas do tempo. Não só nos dá capacidade de evocar uma experiênci­a passada, mas de refletir sobre ela com consciênci­a. Por isso mesmo relembramo­s muitas vezes, como que em câmara lenta, imagens de momentos marcantes. Sentimos que o tempo acelera à medida que envelhecem­os ou perdemos-lhe a noção quando estamos de férias. Nunca teremos o controlo total sobre esta dimensão temporal. O tempo vai deformar, confundir, e entreter, por mais que aprendamos a lidar com as suas capacidade­s e magia. Porém, quanto mais aprendemos, mais podemos tentar moldá-lo de acordo com a nossa vontade. Podemos desacelera­r ou acelerar. O tempo pode ser o nosso maior amigo ou inimigo. Tudo o que existe é o agora. Podemos ganhar experiênci­a com o passado, mas não o podemos reviver nem mudar; e podemos planear o futuro, cuja existência será sempre uma incógnita, até ser presente. Viajar no tempo da nossa vida é uma das maiores dádivas da mente. Isso torna-nos humanos e especiais. O tempo é precioso, e a sua principal medida devia ser o agora. Quanto mais estamos focados no passado ou no futuro mais sentimos a falta do agora. E no fim do dia ou, mais precisamen­te, no princípio do dia, o mais importante é esse novo começo. Vinte e quatro horas, mil e quatrocent­os e quarenta minutos ou 86.400 segundos. Viva-os, sabendo que é esse o seu maior tesouro. Que lhe é dado e retirado todos os dias. ●

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