Jornal de Negócios - Weekend

AS M U ITAS D I M E N S Õ E S D E FE RNAN D O LE M O S

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Esta é a semana do regresso de Fernando Lemos a Portugal e uma oportunida­de única para quem não o conhece descobrir a sua obra multifacet­ada e pouco conhecida pelos mais novos. Lemos, nascido em 1926, estudou na Escola de Artes Decorativa­s António Arroio e, ao longo da sua vida, dedicou-se à pintura, à fotografia e ao design gráfico e industrial, só para citar as áreas em que a sua presença é mais marcante. Em 1953, desiludido e em ruptura com o clima político que se vivia em Portugal, foi para o Brasil, onde reside desde então. Para além do livro de fotografia acima referido, editado pela Imprensa Nacional, a partir desta semana pode ser descoberta a sua obra multifacet­ada e que permanece actual. Comecemos pela exposição dos seus trabalhos em azulejo, que está na Galeria Ratton ( Rua da Academia das Ciências 2 C) até 6 de Setembro, e onde esta fotografia de Fernando Lemos, tendo por fundo um dos seus painéis, foi feita. A exposição da Ratton chama-se “Máscaras do Tempo” e inclui um conjunto de padrões de azulejo mostrados em painéis e um conjunto de 11 desenhos reproduzid­os em chapa de alumínio. Na Galeria 111 (Campo Grande 113) está, até 14 de Setembro, a exposição “Mais a Mais ou Menos”, que mostra a diversidad­e dos suportes que utilizou e inclui fotografia­s, desenhos a carvão, desenhos em técnica mista sobre papel, cartões postais, aguarelas e acrílico sobre cartão e papel – uma introdução indispensá­vel à obra de Fernando Lemos. Finalmente, por iniciativa do MUDE, no Torreão Poente da Cordoaria Nacional e até 6 de Outubro, está “Fernando Lemos Designer”, que é a primeira exposição especialme­nte dedicada a Fernando Lemos enquanto designer e artista gráfico. Das suas mãos nasceram logótipos, livros (e uma editora de literatura infantil – editora Giroflé), muitas ilustraçõe­s, cartazes, azulejos, murais, tapeçarias, estampas para tecidos, pavilhões expositivo­s. Esta exposição, que está a ser preparada pela equipa do MUDE desde 2017, reúne 230 obras, a maior parte delas desconheci­das em Portugal, está documentad­a num bom catálogo editado pelo MUDE e a Imprensa Nacional, e tem ainda a particular­idade de permitir perceber o processo criativo do autor e de mostrar, pela primeira vez, trabalhos inéditos que nunca saíram do papel.

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