Jornal de Negócios - Weekend

GONÇALO M. TAVARES

Muitas pessoas morreram e não estavam destinadas a morrer

- LÚCIA CRESPO Editora

Há velhas mulheres que no meio da peste não se esquecem de pôr água nas plantas da vizinha morta; há nuvens que tentam proteger a cidade, mas não conseguem; as plantas, essas, veem tudo à distância. Apesar de belas, não correm à porta da rua para te receber.” Velhas mulheres, nuvens e plantas são algumas personagen­s dos “Gráficos da Cidade e das Coisas”. São gráficos que nos falam das pequenas histórias humanas. E não da grande estatístic­a. São gráficos que são situações ou narrativas. São gráficos literários entre o imaginário e a cidade real. Este é um novo espaço de criação de que será publicado no Weekend GONÇALO M. TAVARES a partir desta semana, um projeto conjunto com o Teatro Viriato. “Vivemos tempos de uma certa violência do gráfico, por isso precisamos de resgatar casos pessoais”, sublinha o escritor em entrevista ao Negócios.

A pandemia é “uma provação que nos obriga a abrir os olhos”, salienta no seu livro “De olhos postos no ÉLOI LAURENT amanhã”, que chegou esta semana às livrarias portuguesa­s. O economista sénior do Observatór­io Francês de Conjuntura­s Económicas acredita que é preciso um novo paradigma focado na saúde das pessoas e na sustentabi­lidade do planeta. Os decisores políticos têm agora uma oportunida­de para fazer a transição para outro modelo económico. É preciso dar um salto para aquilo a que chama a “Europa do bem-estar”, que restabeleç­a uma verdadeira cooperação entre os Estados-membros da União Europeia. Éloi Laurent alerta para a necessidad­e de um Estado Social Ecológico, isto é, para uma “proteção social adaptada à era das crises ambientais” com que nos iremos confrontar – ainda mais – a partir de agora.

 ?? Bruno Colaço ??
Bruno Colaço
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal