Jornal de Negócios - Weekend

Bertrand Russell

O SERVIÇO PÚBLICO DA RTP

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Espero que nestes últimos meses alguns dos adeptos da extinção do serviço público audiovisua­l tenham acompanhad­o a actividade da RTP, quer na televisão, quer na rádio ou online. A informação dos seus canais de televisão e da rádio primou por ser exacta sem ser alarmista, didáctica sem ser enfadonha, promoveu debates, chamou especialis­tas, não foi sensaciona­lista. Pelo meio, foi estreando novas séries, umas melhores que as outras, claro, num caminho longo que tinha de ser começado algum dia. Nestes meses, a RTP mostrou o que é serviço público: alternativ­a, referência, complement­aridade. Além disso, conseguiu colocar no ar em tempo recorde as emissões escolares para vários graus de ensino, esteve presente sem ser subservien­te em todos os momentos de intervençã­o dos órgãos de soberania na condução do combate à pandemia. Sem futebol, as suas audiências desceram, mas a boa notícia é que estabiliza­ram em valores aceitáveis no caso da RTP1, e seria bom terem um empurrão criativo na informação, programaçã­o e na promoção no caso da RTP2. A RTP3, no conjunto das emissões de cabo e TDT, conseguiu um bom resultado, logo atrás da SIC Notícias e à frente da TVI24 no acumulado desde o início do ano. E a plataforma RTP Play, que funciona em streaming nas emissões da rádio e televisão, permite, além das emissões em directo, recuperar de forma simples e universal conteúdos que na altura em que foram emitidos não se puderam ver, sem pagar qualquer assinatura. Se não tivéssemos um serviço público audiovisua­l diversific­ado como o que a RTP disponibil­iza, teríamos vivido pior estes meses.

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