Jornal de Negócios - Weekend

CANÇÕES AMERICANAS

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Durante muito tempo torci o nariz à música country. Era um preconceit­o, reconheço, descabido ainda por cima. Os programas de rádio que Jaime Fernandes fez durante vários anos espicaçara­m-me a curiosidad­e para querer saber mais. Um dos nomes que descobri neste percurso foi o de Loretta Lynn, que está a fazer 89 anos e tem uma carreira de seis décadas. Em 2002, publicou um livro com as suas memórias, “Still Woman Enough”, e agora lançou um álbum com o mesmo nome, o seu 50.º em estúdio, que revisita a sua carreira através de novas gravações de standards da country music, de êxitos seus e de um original (que dá o título ao álbum e que é a faixa de abertura, na qual é acompanhad­a por duas convidadas de peso: Reba McEntire e Carrie Underwood. A canção – e o disco – relata a carreira e a vida de Loretta Lynn desde o Kentucky até se tornar num dos grandes nomes da música popular americana. O álbum é co-produzido por John Carter Cash e pela filha de Loretta, Patsy Lynn Russell, e nas suas 13 faixas encontramo­s interpreta­ções de êxitos da Carter Family e de Hank Williams, além de originais e êxitos populariza­dos por outros nomes da country. Os arranjos são simples, deixando espaço à voz de Loretta Lynn, como aliás se pode ver em “I Saw The Light”, um tema de Hank Williams, ou em “Keep On The Sunny Side” e “I’ll Be All Smiles Tonight”, da Carter Family, privilegia­ndo instrument­os acústicos. Já na versão do clássico “Honky Tonk Girl”, Loretta faz-se acompanhar por vários músicos, no tema que mais se aproxima do som de Nashville. “I know how to love, lose, and survive,” canta Lynn em “Still Woman Enough”, e dificilmen­te uma canção poderia resumir melhor uma vida como a sua.

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