A beleza do vitiligo
Celebridades, como a top model Winnie Harlow, estão a provar que as imperfeições podem ser a nossa perfeição. Conheça a história de duas mulheres portuguesas que sofrem de vitiligo.
Adespigmentação de certas zonas da pele é um possível indicador de vitiligo. As manchas mais claras tendem a abranger zonas simétricas, ocupando as pálpebras, a região à volta da boca ou até os mamilos. Falamos de uma doença que tende a aparecer em jovens adultos, a partir dos 20 anos, mas que pode afetar qualquer faixa etária. Esta condição é especialmente relevante em populações com a pele mais escura, como é o caso da top model Winnie Harlow, que acabou por se assumir como a voz mais sonante do vitiligo. O vitiligo é uma doença autoimune, não contagiosa, que pode afetar todos os tons de pele. “Quando biopsamos a pele com vitiligo vemos que há uma destruição dos melanócitos, as células que sintetizam a melanina. Na maior parte dos casos há um deserto”, explica o dermatologista João Abel Amaro, coordenador da Unidade de Dermatologia do Hospital dos Lusíadas.
PORQUE É QUE TENHO MANCHAS NA PELE?
O stress ou um grande choque emocional, podem despoletar a doença. Apesar de poder afetar pessoas saudáveis, pode haver relação entre o vitiligo e problemas ao nível da tiroide. Também a gravidez, por ser uma fase de mudança e de alterações hormonais profundas no corpo, pode estar associada ao aparecimento destas manchas. Para algumas pessoas, sobretudo mais jovens e residentes no meio urbano, a doença pode ser traumática, causando mesmo depressões e isolamento. O estigma das manchas tem um impacto negativo na qualidade de vida destas pessoas, também devido ao facto de os tratamentos serem, ainda, pouco eficazes. É na face que os tratamentos são mais eficazes, dado que é lá que se encontra uma “maior densidade de glândulas sebáceas e uma maior reserva de melanócitos”, reforça o especialista. A repigementação da pele é sempre parcial, apenas até aos 80%.
CUIDADOS ESPECIAIS COM A PELE
"A pessoa com vitiligo tem de usar sempre protetor solar, mas existe um contra senso: por um lado, precisamos da luz para pigmentar, mas, por outro, se apanha muito sol queima”, alerta o dermatologista. Os cuidados com a pele despigmentada não variam muito entre o verão e o inverno, mas a exposição ao sol durante as horas de maior calor, entre o meio dia e as 16 horas, deve ser evitada. Se a doença se manifestar nas mãos, deve reforçar a proteção, com creme, cada vez que as lava.