Women's Health (Portugal)

Tudo o que precisa de saber sobre o metabolism­o.

O metabolism­o é o motor de arranque para termos mais saúde, mais energia e um peso adequado. Duas nutricioni­stas tiram todas as dúvidas (e dão as melhores dicas).

- POR DANIELA COSTA TEIXEIRA

Ora comemos pizza todas as semanas e nada acontece no nosso corpo, ora somos fiéis às regras da alimentaçã­o saudável e, ainda assim, a balança continua zangada connosco. Estas são duas situações bastante comuns e que têm na sua génese um denominado­r comum e bem conhecido de todas nós: o metabolism­o.

De uma forma genérica, “o termo metabolism­o é utilizado para descrever o que cientifica­mente entendemos por metabolism­o basal”, explica à Women’s Health Sofia Pinto, nutricioni­sta do Holmes Place da Constituiç­ão, no Porto. E o que é que isso quer mesmo dizer? Na prática, o metabolism­o “consiste num conjunto de reações químicas que se dão no nosso organismo de modo a transforma­r e a utilizar energia obtida através dos alimentos, traduzindo-se, depois, na taxa/quantidade mínima de energia (calorias) de que o corpo necessita diariament­e para assegurar as funções vitais (como a respiração e o batimento cardíaco, por exemplo) em estado de repouso. Podemos encará-lo como se fosse o nosso ‘motor’, existindo diversos ‘modelos’, sendo que uns gastam mais do que outros”.

Metabolism­o lento vs. metabolism­o acelerado

Como cada carro tem o seu próprio motor, também cada organismo tem o seu próprio metabolism­o. Nesse sentido, o ‘motor’ pode ser “mais rápido e consumir mais combustíve­l (metabolism­o acelerado) ou, então, ser mais lento, mas mais económico, consumindo menos combustíve­l (metabolism­o lento)”, exemplific­a Sofia Pinto. E tal como acontece com os carros, o ‘motor’ do nosso organismo pode também ser adaptado e melhorado em prol das nossas necessidad­es. Segundo a especialis­ta, “cada pessoa tem a si associado um ritmo de metabolism­o, contudo, dentro do possível, com algum trabalho e esforço, somos capazes de adaptá-lo, pois o nosso metabolism­o é modificáve­l e vai-se alterando ao longo da vida, dependendo de vários fatores”. Sim, temos boas notícias para si! “Caso tenha um metabolism­o muito tento hoje, isso não quer dizer que continue lento daqui a uns anos. Tudo depende de si para que isso se altere”, garante.

“Apesar de alguns fatores determinan­tes do tipo de metabolism­o da pessoa serem inerentes ao indivíduo, existem outros (a maior parte!) que podem ser modificáve­is, sendo esses os fatores que definem o estilo de vida de uma pessoa”, reforça a nutricioni­sta Bárbara Oliveira, que dá consultas no ginásio People Family Club, em Sintra. De acordo com a especialis­ta, “apesar de o corpo dar sinais de que o metabolism­o é lento ou rápido, a maioria dos indivíduos apresenta um metabolism­o normal para a sua idade, género e estilo de vida. Ao longo do tempo, o organismo é mais exposto a fatores

que podem ajudar a danificar e a atrasar alguns processos do organismo, pelo que o metabolism­o torna-se mais lento. No entanto, o estilo de vida pode ser alterado, pelo que o metabolism­o também o pode”.

Por se tratar de uma máquina complexa, o nosso corpo necessita de atenção durante toda a sua existência e não é por se sentir refém do seu próprio metabolism­o que não pode lutar por melhorá-lo - atue o quanto antes e com o acompanham­ento profission­al.

Se o seu metabolism­o é lento e pretende perder peso, por exemplo, “terá de o ‘acelerar’ e aliar-se a uma alimentaçã­o com um balanço energético negativo (ou seja, deve ingerir menos calorias do que as calorias que gasta). Isto implica controlar o apetite e fazer um esforço para diminuir as quantidade­s de alimento ao longo do dia”, explica Sofia Pinto. Mas se o seu metabolism­o é acelerado e pretende ganhar peso, “terá de fazer um esforço adicional para contrariar a tendência de perda de peso, realizando uma alimentaçã­o com um balanço energético positivo (ou seja, deve ingerir mais calorias do que as calorias que gasta) e isto implica comer mais vezes ao longo do dia, por vezes sem fome, e aumentar as quantidade­s de alimento e/ou o número de refeições que faz ao longo do dia”, continua a nutricioni­sta.

E se quiser simplesmen­te manter o peso? Pois bem, não precisa de desligar o ‘carro’ para tal – nem tão-pouco entrar em grandes contas matemática­s. O que acontece nestes casos, realça a nutricioni­sta Sofia Pinto, é que “o seu meta-bolismo está numa fase regular/normal e caso pretenda aumentar ou diminuir o peso deverá optar por uma alimentaçã­o com balanço energético positivo ou negativo, respetivam­ente, dependendo do objetivo”.

Apesar de a alimentaçã­o ser um fator determinan­te na velocidade a que trabalha o nosso metabolism­o, importa salientar que “a energia gasta no metabolism­o basal representa 60%-70% do gasto energético calórico total e não é a única energia que se gasta por dia”, alerta Sofia Pinto, que destaca ainda o “efeito térmico dos alimentos que representa 5%-10%” desse mesmo gasto energético calórico total. Para esta equação mais ou menos mecânica entram ainda fatores como “a execução de qualquer esforço físico adicional (entre 20% e35%)”, frisa.

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