Women's Health (Portugal)

A CAMINHO DA ILHA SILHOUETTE

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Quarenta minutos de carro até à marina. Pelo caminho, fomos vendo mais de Mahé. Era domingo. Era curioso ver que de cem em cem metros os coqueiros tinham imensos balões e imensa gente. Perguntei ao condutor se aquilo era tudo festas de aniversári­o. “Não! São festejos, sim, mas à amizade e à oportunida­de de viver”.

Se já estava a gostar das Seychelles, com este argumento ficaria lá para sempre. Era delicioso ver a alegria daquela gente a dançar na melhor vibe africana. Que alegria e que ensinament­o para nós, europeus, que tanto damos prioridade a coisas triviais. Chegámos à marina. Como escrevi, escolhemos três ilhas próximas, pois tínhamos poucos dias e isso dar-nos-ia mais tempo para desfrutar de cada uma. Partimos de barco para a ilha Silhouette – 40 minutos de distância –, onde fica o Hilton Seychelles Labriz Resort & Spa. E era aqui que a aventura ia acontecer. O resort em si é bom, com villas na linha da praia, mas quis conhecer por toda a componente ambiental. É claro que tem lugares fantástico­s, como o melhor spa a que fui na vida: instalada ao redor de uma árvore em que o único barulho que escutamos é o da nossa respiração. Começámos por visitar o espaço de plantação medicinal – que serve toda a ilha. É incrível o poder terapêutic­o de plantas que, em Portugal, até chegamos a banalizar. No fim do dia esperava-nos a caminhada em altitude. Seis quilómetro­s pela selva, como nunca tínhamos experiment­ado. Pensam que é fácil? Desenganem-se. Subíamos, subíamos, subíamos e nunca mais chegávamos lá acima. Éramos quatro pessoas mais o Calvin, o guia local que conhecia toda aquela dimensão, por vezes assustador­a, de fio a pavio. De mochila, águas e catana, lá ia abrindo caminho para todos e explicando factos naturais com que nos íamos cruzando. Plantas, reptis, árvores… Por exemplo, sabia que a casca de um coco caído origina uma folha que cresce e, passado anos, se transforma num coqueiro? Pois, nós também não. Chegámos ao pico de um dos pontos mais elevados de todas as ilhas Seychelles. Com aquela vista, foi fácil esquecer o cansaço.

Uns minutos de admiração, as fotografia­s obrigatóri­as e começamos a descer. Vamos dar a uma praia pequena, linda, selvagem. Sem sabermos, temos à nossa espera na praia um piquenique saudável e, calma, uma garrafa de champanhe para brindar, como se tivéssemos acabado de cruzar a meta de aventura radical. Querem saber mais? A tarde terminou com a corrida da ilha: 10 km no circuito de running do hotel. No outro dia, o despertado­r toca às seis da manhã. O que fazer? Pesca do atum numa embarcação com dois locais e snorkeling naquelas águas incríveis. Dão-se uns bons mergulhos na praia e uma aula de yoga ao pôr-do-sol. Tinha sido a nossa segunda vez e ficámos rendidos aos benefícios do yoga. Fechámos com chave de ouro a nossa estadia pela segunda ilha.

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