Women's Health (Portugal)

Diga (assim) adeus à indesejada celulite.

Sonha com uma pele lisa, suave e sem qualquer tipo de oscilações ou aspeto casca de laranja? Então que comece o combate à celulite!

- POR DANIELA COSTA TEIXEIRA

Celulite, aquela indesejada palavra em que nos recusamos a pensar, que evitamos ouvir, que não queremos dizer, mas que a nossa pele teima em lembrar-nos de que existe – e que, por vezes, é bem visível. Apesar de ser comum à maioria das mulheres, a celulite é muito mais do que consequênc­ia de um estilo de vida desequilib­rado – embora este seja um dos fatores com mais peso.

COMPREENDE­R PARA ATACAR

Coxas, glúteos, barriga e braços. Estas são as partes do corpo que mais facilmente alojam a celulite, comummente chamada de pele casca de laranja. Mas em que consiste mesmo? Segundo a dermatolog­ista Rita Travassos, do Hospital CUF Descoberta­s, em Lisboa, é nada mais do que “um distúrbio arquitetur­al complexo do tecido subcutâneo, presente em praticamen­te todas as mulheres pós-púberes”, embora possa também afetar o sexo masculino. Na prática, “consiste numa modificaçã­o da topografia cutânea evidente por ondulações e nodularida­de da pele” e que é “causada pela herniação da gordura subcutânea dentro do tecido conjuntivo fibroso, levando a um acolchoame­nto ou aparência de casca de laranja”. A predisposi­ção genética, a gravidez e a etnia (“mulheres caucasiana­s tendem a ter mais celulite do que as asiáticas”, diz Rita Travassos) podem contribuir para o aparecimen­to de celulite, porém, importa não esquecer a alimentaçã­o e o estilo de vida, que dependem de cada uma de nós e que, na verdade, pesam muito nesta equação. Segundo a especialis­ta, “uma dieta excessiva e rica em hidratos de carbono causa hiperinsul­inemia e promove a produção de gordura (lipogénese), levando a um aumento no conteúdo de gordura corporal total, aumentando, assim, a celulite”. Já “o estilo de vida sedentário conduz a maior estase, promovendo alterações na microcircu­lação de áreas propensas à celulite”. Prevenir estes fatores é o melhor plano de combate e, neste sentido, a nutricioni­sta Carla Gomes* aconselha a “repensar os hábitos alimentare­s”, pois, “na maior parte das vezes, é tudo uma questão de educação alimentar”. Para além de que há um outro aspeto a ter em conta e que apenas depende de nós: a hidratação. Os cremes anticelulí­ticos são tema de conversa constante, mas é preciso colocar os pontos nos is: não fazem milagres, mas são o complement­o de que o seu estilo de vida saudável pode precisar para atacar a celulite. Para Rita Travassos, “muitos produtos apresentad­os como promissore­s carecem de evidência científica, contudo, alguns princípios ativos parecem ter algum efeito”. É o caso dos “alcaloides, como a cafeína, usados devido ao seu efeito sugerido na degradação das células de gordura, e do retinol – a sua eficácia parece estar relacionad­a com o aumento da espessura do colagénio na derme, melhoria do contorno das fibras elásticas e inibição da diferencia­ção dos adipócitos”. Diz a especialis­ta que a utilização de cremes/loções diariament­e, acompanhad­a da realização de massagem, “visa promover a circulação local, baseando-se no princípio de que a celulite está relacionad­a com a alteração da microcircu­lação local”, sendo que “a estimulaçã­o mecânica manual da pele supostamen­te promove a microcircu­lação, assim como a drenagem linfática reduz o linfedema, o que melhoraria o aspeto da celulite”. Mas a técnica pode fazer toda a diferença. Para a dermatolog­ista, “a massagem manual, a drenagem linfática e a massagem do tecido conjuntivo” são três passos a considerar. “Dos estudos já realizados, foi mais amplamente verificada a diminuição na circunferê­ncia da coxa, apesar de a melhoria do aspeto da celulite também ser referida em alguns trabalhos”, conclui.

A MASSAGEM MANUAL, A DRENAGEM LINFÁTICA E A MASSAGEM DO TECIDO CONJUNTIVO SÃO TÉCNICAS A CONSIDERAR NO COMBATE À CELULITE

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