Diga (assim) adeus à indesejada celulite.
Sonha com uma pele lisa, suave e sem qualquer tipo de oscilações ou aspeto casca de laranja? Então que comece o combate à celulite!
Celulite, aquela indesejada palavra em que nos recusamos a pensar, que evitamos ouvir, que não queremos dizer, mas que a nossa pele teima em lembrar-nos de que existe – e que, por vezes, é bem visível. Apesar de ser comum à maioria das mulheres, a celulite é muito mais do que consequência de um estilo de vida desequilibrado – embora este seja um dos fatores com mais peso.
COMPREENDER PARA ATACAR
Coxas, glúteos, barriga e braços. Estas são as partes do corpo que mais facilmente alojam a celulite, comummente chamada de pele casca de laranja. Mas em que consiste mesmo? Segundo a dermatologista Rita Travassos, do Hospital CUF Descobertas, em Lisboa, é nada mais do que “um distúrbio arquitetural complexo do tecido subcutâneo, presente em praticamente todas as mulheres pós-púberes”, embora possa também afetar o sexo masculino. Na prática, “consiste numa modificação da topografia cutânea evidente por ondulações e nodularidade da pele” e que é “causada pela herniação da gordura subcutânea dentro do tecido conjuntivo fibroso, levando a um acolchoamento ou aparência de casca de laranja”. A predisposição genética, a gravidez e a etnia (“mulheres caucasianas tendem a ter mais celulite do que as asiáticas”, diz Rita Travassos) podem contribuir para o aparecimento de celulite, porém, importa não esquecer a alimentação e o estilo de vida, que dependem de cada uma de nós e que, na verdade, pesam muito nesta equação. Segundo a especialista, “uma dieta excessiva e rica em hidratos de carbono causa hiperinsulinemia e promove a produção de gordura (lipogénese), levando a um aumento no conteúdo de gordura corporal total, aumentando, assim, a celulite”. Já “o estilo de vida sedentário conduz a maior estase, promovendo alterações na microcirculação de áreas propensas à celulite”. Prevenir estes fatores é o melhor plano de combate e, neste sentido, a nutricionista Carla Gomes* aconselha a “repensar os hábitos alimentares”, pois, “na maior parte das vezes, é tudo uma questão de educação alimentar”. Para além de que há um outro aspeto a ter em conta e que apenas depende de nós: a hidratação. Os cremes anticelulíticos são tema de conversa constante, mas é preciso colocar os pontos nos is: não fazem milagres, mas são o complemento de que o seu estilo de vida saudável pode precisar para atacar a celulite. Para Rita Travassos, “muitos produtos apresentados como promissores carecem de evidência científica, contudo, alguns princípios ativos parecem ter algum efeito”. É o caso dos “alcaloides, como a cafeína, usados devido ao seu efeito sugerido na degradação das células de gordura, e do retinol – a sua eficácia parece estar relacionada com o aumento da espessura do colagénio na derme, melhoria do contorno das fibras elásticas e inibição da diferenciação dos adipócitos”. Diz a especialista que a utilização de cremes/loções diariamente, acompanhada da realização de massagem, “visa promover a circulação local, baseando-se no princípio de que a celulite está relacionada com a alteração da microcirculação local”, sendo que “a estimulação mecânica manual da pele supostamente promove a microcirculação, assim como a drenagem linfática reduz o linfedema, o que melhoraria o aspeto da celulite”. Mas a técnica pode fazer toda a diferença. Para a dermatologista, “a massagem manual, a drenagem linfática e a massagem do tecido conjuntivo” são três passos a considerar. “Dos estudos já realizados, foi mais amplamente verificada a diminuição na circunferência da coxa, apesar de a melhoria do aspeto da celulite também ser referida em alguns trabalhos”, conclui.
A MASSAGEM MANUAL, A DRENAGEM LINFÁTICA E A MASSAGEM DO TECIDO CONJUNTIVO SÃO TÉCNICAS A CONSIDERAR NO COMBATE À CELULITE