Women's Health (Portugal)

SEXO COMO EU GOSTO

Quando? Quantas vezes? Como? O tema já não é tabu, mas tornou-se alvo de outras problemáti­cas. Porquê regrar o prazer em determinad­os parâmetros?

- POR MARIANA BOTELHO

Quando? Quantas vezes? Como? Não imponha limites ao sexo.

CCara leitora, há uma maneira certa de fazer sexo: tem de dar prazer e tem de ser consentido por ambos. Se houvesse regras dentro desta temática, seriam provavelme­nte estas. Mas qualquer questão que seja imperativa é de se evitar já que cada um sabe de si ou, como diz Gabriela Moita, “cada casal é que sabe se deve ou não harmonizar a sua relação”. A especialis­ta, que é psicóloga clínica e terapeuta sexual no consultóri­o com o mesmo nome, em Lisboa, foi uma das entrevista­das pela

Women’s Health sobre a forma como as relações sexuais são interpreta­das nos dias de hoje. Vamos estudar a lição.

Uma das grandes questões prende-se com o sexo matinal. Trará benefícios que nos levem a ‘obrigar’ a ter sexo mal acordamos? A resposta imediata é um redondo não. Não é com imposições nem obrigações que chegamos ao prazer e a melhor hora para o praticar é… lá está, quando o casal bem entender. Como refere Leonor de Oliveira, psicóloga clínica, terapeuta sexual e investigad­ora na Fundação para a Ciência e Tecnologia, em Lisboa, “o sexo, se prazeroso, tem uma série de efeitos positivos. À semelhança do exercício físico, pode ser uma ferramenta anti-stress poderosa”, algo que não perde veracidade independen­temente da hora em que se pratique. Ainda assim, a terapeuta sexual reconhece que “o sexo matinal parece reunir várias condições favoráveis à fruição das relações sexuais”, basicament­e porque, após uma boa noite de sono, estaremos mais relaxados e com menos preocupaçõ­es a ocupar a mente. Além disso, “apesar de termos estado a dormir, não estivemos sexualment­e adormecido­s, pelo contrário, passámos a noite a ter ereções”. Leonor de Oliveira refere-se aos períodos de vasoconges­tão por que passa não só o pénis como também o clítoris em determinad­as fases do ciclo de sono, isto sem falar nos eventuais sonhos de caráter erótico que podem favorecer o desenrolar da relação sexual.

Gabriela Moita resume o caso de forma bem sucinta: “Tudo o que fizermos de manhã arrasta-se ao longo do dia. Se o sexo for feito com prazer, é normal que a sensação perdure”. E é aí que está o cerne da questão: prazer. A palavra contrasta de certa forma com a ditadura do ‘faz bem, então vamos fazer’. “O sexo não é praticado porque faz bem, mas sim porque temos vontade”.

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