Na cosmética, mais é sinónimo de melhor? Nem sempre.
Mais é sinónimo de melhor? Nem sempre! No que toca a uma rotina de beleza eficaz, nada como ter peso e medida nas quantidades usadas.
CCompra um cosmético porque acredita nas suas propriedades e finalidades, mas passadas algumas semanas repara que o resultado está aquém do desejado e a sua pele, na verdade, está diferente… para pior. Revê-se neste cenário? Não está sozinha. Mas importa evitá-lo! Tão importante como aplicar um cosmético que respeite o seu tipo de pele é saber a quantidade exata a usar. Tire as dúvidas aqui.
// Esfoliante
Importante, mas de uso ponderado. Martinha Henrique, dermatologista na Clínica das Olhalvas, em Leiria, explica que “mais frequentemente, a esfoliação é utilizada no rosto em pele oleosa/mista e pode ser feita uma vez por semana”. Para uma maior eficácia, deve ser aplicado “na pele molhada, realizando movimentos circulares suaves”. Quanto à quantidade a usar, “depende da formulação do produto”, mas, se for um gel com microesferas, uma ‘avelã’ será suficiente para a face toda”, aconselha Bárbara Pereira, dermatologista na Mais Clinic, no Funchal.
Se usa pouco: Não prepara a pele para os passos seguintes.
Se usa muito: Pode deixá-la irritada, sensível e com lesões. “Aqui, será não só importante a constituição química do produto como a ação mecânica, que depende do tipo e do tamanho das partículas utilizadas, mas também da maior ou menor suavidade com que é utilizado e do tempo de massagem na pele”, esclarece Bárbara Pereira.
// Espuma de limpeza
Se há cosmético que deve fazer parte da sua rotina de beleza é a espuma, gel ou loção de limpeza. Use ou não maquilhagem, nada melhor para a pele do que limpá-la “de manhã e principalmente à noite antes de se deitar”, explica Martinha Henrique. “Por cada lavagem, uma ‘avelã’ será suficiente”, diz Bárbara Pereira.
Se usa pouco: Corre o risco de deixar impurezas e sujidade.
Se usa muito: “Em excesso, quer pela quantidade quer pela frequência, pode causar xerose [secura], sensação de repuxamento, ardor, vermelhidão e descamação (dermatite irritativa) e ainda seborreia reativa”, explica Bárbara Pereira.
// Tónico
Presente nas rotinas de beleza mais completas e por quem procura a máxima eficácia dos cosméticos, o tónico “complementa a limpeza e prepara a pele para uma melhor penetração dos outros produtos a aplicar”, refere Martinha Henrique. Segundo Bárbara Pereira, “a quantidade necessária é a que consegue ‘molhar’ um disco desmaquilhante ou bola de algodão sem escorrer quando é aplicado e pode variar em função da f luidez do produto e da necessidade de limpeza”.
Se usa pouco: “Nem sempre é ne-cessária a aplicação de um tónico, sobretudo se o passo prévio de limpeza já produziu um desengorduramento significativo da pele”, alerta Bárbara Pereira.
Se usa muito: O excesso de ingredientes como o ácido salicílico ou glicólico, usados para os tónicos para pele oleosa, “pode provocar secura e irritação”, continua.
// Sérum
Se há queridinho no mundo da cosmética é o sérum. Segundo Martinha Henrique trata-se de um “produto de textura leve e fluida, com uma alta concentração de ingredientes ativos”. No mercado existem séruns para as mais variadas finalidades, mas uma coisa é certa: “Deve ser utilizado após a limpeza e antes do creme hidratante.” Por ser concentrado, diz Bárbara Pereira, “uma pequena gota para cada uma das cinco áreas da face será suficiente na maioria dos casos”.
Se usa pouco: Pode não obter os resultados desejados.
Se usa muito: Corre o risco de ficar com a pele irritada.
// Hidratante
Este é o must-have, pois é “essencial para proteger e manter a pele suave e controlar a secura”, explica Martinha Henrique, que dá também consultas no Centro Médico de Pataias, em Alcobaça. Quanto a quantidades, Bárbara Pereira refere que “em geral, uma pequena ‘ervilha’ será suficiente para cada uma das cinco áreas da face”.
Se usa pouco: Uma pele pouco hidratada é uma pele mais propensa a ficar áspera.
Se usa muito: “A utilização, por exemplo, de produtos untuosos em peles oleosas e com tendência acneica pode ser comedogénica, enquanto a utilização de produtos com derivados da vitamina A, ácido salicílico ou alfa-hidroxiácidos, pode produzir dermatite irritativa em peles sensíveis ou com rosácea”, alerta a especialista que dá consultas no Funchal.
// Protetor solar
Este é também um essencial diário, até mesmo nos dias em que o sol parece tímido. “A radiação solar excessiva destrói as fibras de colagénio, responsáveis pela firmeza e a elasticidade, favorecendo manchas, rugas e flacidez”, diz Martinha Henrique. No que toca à quantidade, “em geral, para a face de um adulto médio, a quantidade a aplicar será cerca de 0,5 g por aplicação, mas isso é muito variável em função da textura do produto e da superfície da face”, nota Bárbara Pereira.
Se usa pouco: Deixa a a pele à mercê de todas as agressões causadas pela radiação solar.
Se usa muito: “O uso excessivo não está associado a outros problemas além dos já descritos anteriormente para os outros cosméticos, como o acne cosmético e a dermatite irritativa”, alerta Bárbara Pereira.
// Creme de noite
Idealizado para uma “hidratação mais profunda e intensiva”, apresenta uma “textura mais rica que é absorvida mais lentamente e ação mais prolongada. Usa-se sobretudo para controlar rugas, perda de elasticidade, problemas que pedem um tratamento mais intensivo e continuado”, salienta Martinha Henrique. Dependendo da textura do creme, o tamanho de uma ervilha parecer ser suficiente, diz Bárbara Pereira.
Se usa pouco: Mais uma vez, pode não obter os resultados desejados. O que não só afeta a autoestima como resulta numa perda de dinheiro desnecessária.
Se usa muito: Pode levar a uma maior oleosidade ou irritação da pele, tal como acontece com o creme de dia.