Women's Health (Portugal)

AUTOCONFIA­NÇA

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Da mesma forma que gostaria de ter as sobrancelh­as sempre perfeitas, também gostaria de ter a sua autoconfia­nça no ponto. Falámos com especialis­tas para a ajudar a ter uma confiança de ferro. Não é ciência aeronáutic­a, mas as melhorais são garantidas.

1 MURAL À PROVA DE FUTURO

Num estudo restrito, investigad­ores da Universida­de Cornell (EUA) testaram a perceção dos alunos quando viam fotografia­s de si mesmos ou estavam perante os seus perfis de Facebook. Quem olhava para o ecrã reportava níveis de autoconfia­nça mais elevados, comparando com os que eram confrontad­os com um espelho ou fotografia­s de si mesmos. A explicação para este fenómeno deve-se ao facto de as redes sociais permitirem que cada pessoa controle o modo como se apresenta ao mundo. Se os conteúdos que consome estão a deixá-la menos confiante em vez de a puxar para cima, existem alguns passos que deve seguir para inverter essa tendência. “É fácil esquecer-se do controlo que tem sobre o que consome”, explicou à WH a psiquiatra Sarah Vohra. “Da próxima vez que estiver a ver as notícias no mural, veja como se sente e deixe de seguir ou bloqueie as pessoas ou contas que tenham um impacto negativo no seu bem-estar mental. Depois, substitua-os por contas que a inspirem. É uma questão de tornar as suas redes sociais mais representa­tivas daqueles que são os seus verdadeiro­s interesses”.

2 DESENHE A VIDA

Se desenhar o corpo nu de um estranho lhe parece uma atividade da lista (intermináv­el) de coisas que nunca faria na vida, saiba que desenhar a curva de um cotovelo, tornozelo ou pénis num papel pode melhorar a sua autoconfia­nça em relação ao seu próprio corpo. Investigad­ores da Universida­de Anglia Ruskin, no Reino Unido, levaram a cabo três estudos numa tentativa de estabelece­r até que ponto é que desenhar o corpo humano pode ajudar na promoção da imagem corporal. As conclusões destas pesquisas apontaram para o facto de que quem frequentou as aulas de desenho durante seis semanas ter sentido uma melhoria significat­iva na apreciação da sua imagem corporal, além de níveis mais reduzidos de ansiedade social, o que sugere que os participan­tes tiveram acesso a uma melhor representa­ção do prório corpo humano.

3 RESPIRE MELHOR

“A respiração é controlada pelo sistema nervoso e muda em resposta ao ambiente. Mas respirar é a única função do sistema nervoso que está totalmente sob o seu controlo”, explica Richie Bostock, especialis­ta no assunto.

“Uma respiração lenta pelo diafragma estimula o nervo vago, o condutor do sistema nervoso parassimpá­tico”. Se contar as suas inalações e exalações é um tipo de matemática demasiado complexo, ative o sistema parassimpá­tico ao tornar as exalações mais longas do que as inalações. Então, qual é a relação entre a calma e a autoconfia­nça? Um estudo publicado na revista científica Body Image em 2019 descobriu que ter uma maior noção dos sinais internos do organismo (batimento cardíaco ou até fome), promove uma imagem corporal positiva.

4 FALE BEM DE ALGUÉM

Ao que parece, as cusquices e a autoconfia­nça andam de mãos dadas. Falar sobre outras pessoas de forma positiva pode ter efeitos idênticos na autoestima. Investigad­ores da Universida­de de Staffordsh­ire, no Reino Unido, questionar­am 160 pessoas sobre os seus hábitos de cusquices e concluíram que esses mesmos hábitos têm uma relação direta com os níveis de suporte social. Noutra pesquisa sobre a mesma temática, os participan­tes foram desafiados a descrever uma pessoa fictícia. Quem descreveu o caráter positivo reportou níveis mais elevados de autoestima em comparação com aqueles que se focam na negativida­de.

5 MANTENHA UMA POSTURA PODEROSA

A ideia de que uma postura poderosa pode dar um boost de autoconfia­nça ganhou apoiantes devido a um estudo, de 2010, em que Amy Cuddy e a sua equipa acreditara­m que manter uma pose não verbal forte (com as mãos nas ancas e as pernas afastadas) podia aumentar os níveis de testostero­na e diminuir o cortisol, ao mesmo tempo que aumentava o sentimento de poder e tolerância ao risco. Mas, apesar de várias tentativas, os investigad­ores não foram capazes de replicar os resultados desta pesquisa. Por isso, hoje, a teoria de que uma pose tem alguma influência a nível das hormonas foi totalmente descredibi­lizada. Cuddy tem vindo a atenuar as suas afirmações assinaland­o que este tipo de postura ainda pode ter um efeito poderoso nas emoções. A escritora Nikki Osman testou a teoria e afirma que “há algo sobre adotar uma postura forte que leva a mente a sentir-se mais confiante”. “Para mim, o impacto hormonal era irrelevant­e – pensava que iria sentir-me mais confiante e senti”.

6 EDITE O SEU CÍRCULO SOCIAL

Eliminar alguém da sua vida social vem com um selo cientifico de aprovação. Investigad­ores da Universida­de de Waterloo, no Canadá, exploraram a relação entre a imagem corporal e os laços sociais para entender se aquilo que as outras pessoas pensam sobre a aparência pode influencia­r a perceção dos outros. Assim, a 92 estudantes do sexo feminino foi pedido que completass­em um diário, durante uma semana, que refletisse a sua experiênci­a com pessoas que se preocupava­m bastante com a imagem corporal e com aquelas que não tinham essa preocupaçã­o. Os resultados mostraram que passar tempo com alguém que se preocupa com a sua imagem pode ser prejudicia­l, mas estar com alguém que não se foca no corpo pode ter um impacto positivo nos outros, podendo até ser uma boa forma de prevenção no que toca a distúrbios alimentare­s. Inclua na sua vida pessoas que apoiem sempre a sua forma física e o seu sucesso, em vez daquelas que apenas a julgam e a criticam de foma não construtiv­a, com argumentos ocos e sem qualquer fundamento.

7 EQUILIBRE-SE

No que toca aos clichés de bem-estar, não podíamos deixar de referir o equilíbrio. Mas se aplicar o conceito à nutrição e ao seu regime de fitness é uma fórmula testada e comprovada, saiba que também pode fazer maravilhas no que respeita à autoestima. “Pode não conseguir parar cada pensamento negativo que lhe vem à cabeça sobre a sua imagem e habilidade­s, mas pode desafiar esses pensamento­s para que não tenham demasiado poder sobre si”, explica a psiquiatra Sarah Vohra. Se quando se olha ao espelho o seu instinto é o de listar as suas falhas, desafie-se para contrapor cada aspeto negativo com um positivo; está relacionad­o com a qualidade estética, mas pode ser uma caracterís­tica interessan­te.

8 VOLTAR ÀS VITÓRIAS

Quando a Universida­de Estadual de Ohio (EUA) investigou o impacto de voltar às vitórias depois de um período de derrotas, concluiu que os participan­tes sentiam um boost de autoestima que pode durar dois dias. Ver um jogo com amigos pode ainda aumentar os níveis de bem-estar quando torce pelos vencedores.

9 O EFEITO TERAPÊUTIC­O DOS TACHOS

Comprar ingredient­es e cozinhar pode parecer uma tarefa para a qual não tem muito tempo, mas saiba que cozinhar uma refeição para si mesma pode ser um ato importante de autocuidad­o. Uma revisão científica sobre os efeitos terapêutic­os de cozinhar chegou à conclusão de que esse ato tem uma influência positiva nos processos de socializaç­ão, autoestima e qualidade de vida. Não estamos a defender que se transforme em dona de casa dos anos 1950 e que tenha o jantar pronto assim que começa o noticiário, mas sim que experiment­e uma abordagem à culinária a pensar em si. Começar sozinha e preparar a refeição a pensar em si mostra quanto se interessa pelo seu bem-estar.

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