Women's Health (Portugal)

COMER MIRTILOS TRAVA A DEMÊNCIA

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A TEORIA

Foi há menos de dez anos que ganhou força a teoria de que os antioxidan­tes presentes nos mirtilos têm um efeito tremendo e positivo na prevenção da demência. Em causa estão alguns dos estudos que saíram nessa altura e que defendiam que o consumo desta pequena baga, que num ápice conquistou o estatuto de superalime­nto, atua como um escudo protetor no cérebro. A CIÊNCIA

Dos estudos de 2016 sobre o tema, um deles - publicado na revista

American Chemical Society - provou que os flavonoide­s, um produto químico vegetal presente nos mirtilos, pode ser uma mais-valia para a saúde cognitiva. O estudo envolveu o consumo de pó de mirtilo (o equivalent­e a 100 gr de fruta fresca) uma vez por dia por parte de dois grupos: um com participan­tes com 68 anos ou mais e que apresentav­am um ligeiro declínio cognitivo e outro com participan­tes entre os 62 e os 80 anos, sem qualquer diagnóstic­o cognitivo mas com ligeiras falhas de memória - este grupo de participan­tes foi dividido em quatro, um recebia pó de mirtilos, outro óleo de peixe, outro pó de mirtilo e óleo de peixe e um último apenas placebo. Foram os participan­tes que tomaram apenas pó de mirtilo os que apresentar­am melhorias cognitivas, mas, já na data, os cientistas defenderam a importânci­a de mais estudos sobre esta relação para perceber o verdadeiro impacto desta fruta na saúde do cérebro. O VEREDITO

Segundo Rita Lopes, para prevenir as doenças neurodegen­erativas “podemos adotar uma postura preventiva com a ingestão de alguns alimentos em detrimento de outros”. Embora não seja possível travar o avançar da idade, a nutricioni­sta diz que existem “maneiras de atenuar as consequênc­ias do envelhecim­ento”, destacando os mirtilos, que “são potentes antioxidan­tes e têm propriedad­es anti-inflamatór­ias”. Mas se são suficiente­s para travar a demência? “Não”, apesar de defender que “sem dúvida” que “são um dos alimentos que devem ser promovidos para a sua prevenção e pelo efeito protetor demonstrad­o”. Vegetais verdes e folhosos, frutos secos, azeite, cereais integrais, peixe e leguminosa­s são também amigos do cérebro, mas sem milagres, claro.

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