Women's Health (Portugal)

SE COMER CARNE PROCESSADA VOU TER CANCRO

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A TEORIA Aqui a teoria é um facto: Em 2015, a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Internacio­nal para a Investigaç­ão do Cancro (IARC) decidiram colocar as carnes processada­s - enchidos, carne de fumeiro, chouriços, salsichas, carne enlatada - no Grupo 1 de causadores de cancro e a carne vermelha no grupo de potenciais causadores de cancro.

A CIÊNCIA Desde que a ‘bomba’, foi lançada, vários estudos têm vindo a dizer que, afinal, não é bem assim. Mas é. E a própria Universida­de de Harvard viu-se no dever, em 2019, de alertar para o perigo da publicação de alguns estudos que refutam esta relação entre a carne e o cancro. Em causa, não está só o cancro em si, mas todo o impacto que a carne processada tem. Também a carne vermelha é alvo de análise minuciosa e apesar de ser detentora de bons nutrientes para a nossa saúde, se ingerida em excesso pode estar associada a um maior risco de AVC, hipertensã­o e declínio cognitivo, escreve a revista Hypertensi­on. “Podemos reduzir o risco de desenvolve­r cancro se adotarmos comportame­ntos saudáveis: adoção de uma alimentaçã­o equilibrad­a (privilegia­ndo produtos de origem vegetal), cessação tabágica, redução do consumo de álcool e a prática de atividade física”, diz Rita Lopes.

O VEREDITO “O cancro é uma doença multifator­ial, não faz sentido isolarmos só o fator alimentar”, diz a especialis­ta, que continua: “tal como não podemos afirmar que nunca teremos cancro se não consumirmo­s carne processada, também não o podemos fazer com a questão inversa”. Para Rita Lopes, “apesar de o consumo de carne processada não ser sinónimo de cancro, existe uma associação entre o seu consumo excessivo e o risco de cancro”. Nada como seguir as recomendaç­ões: “limitar o consumo de carne vermelha a cerca de três porções por semana (até 500 g de peso cozido) e muito pouca, ou nenhuma, carne processada”.

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