Women's Health (Portugal)

A naturalida­de do corpo

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“Aceita-te a ti mesmo e aceita os outros”, esta é uma das frases mais partilhada­s nas redes sociais sobre os denominado­s padrões de beleza relacionad­os com o corpo. Sempre associada à mensagem de que nada nem ninguém tem o direito de julgar o corpo dos outros ou a opção de cada um em fazer dele o que quer. Ame o seu corpo, ame-se a si mesmo e não tenha vergonha. E foi nesta primeira linha que há dois anos lançámos o movimento #oMeuCorpo e que o fazemos regressar nesta edição. A lógica é uma: unir as mulheres em torno daquela que deve ser uma decisão pessoal e não para agradar aos outros. Sendo que esta liberdade de cada pessoa se sentir feliz no seu próprio corpo também não deve excluir quem decida procurar mudar algo em si. Digamos que este movimento da WH pretende englobar e incentivar todas as mulheres a aceitarem com naturalida­de as ditas “histórias do seu corpo” - estrias, celulite, rugas de maturidade, curvas, uns quilos a mais ou a menos -, mas também alertar para o facto de haver mulheres que têm o direito de procurar aquilo que consideram ser a sua melhor versão. Se refletirmo­s com serenidade, o princípio de tudo, quanto a mim, deve ser o de sentirmo-nos bem de dentro para fora. Ir além do corpo. Mais do que o aceitar, é respeitar e não o maltratar o nosso corpo. Por isso, se há mulheres que decidem emagrecer, pôr silicone nas mamas, ter músculo, entre outros aspetos, para se sentirem mais confiantes e realizadas, também há que apoiar, mesmo que para algumas isso possa parecer um padrão de beleza não natural. Mas a verdade é que, efetivamen­te, há mulheres que querem ir mais além do que aceitar o corpo como ele é, cabendo a elas e apenas a elas decidir o que querem para si. Tal como afirma Mariana Monteiro nesta edição: “Devemos aceitar-nos nas nossas diferenças. O padrão de beleza a seguir deve ser aquele que faz a pessoa sentir-se bem consigo mesma.” Por isso, magras, baixas, cheiinhas, com tatuagens ou silicone, com estrias ou com six-pack… pouco importa. O fundamenta­l é sentirem-se felizes, confiantes e saudáveis.

Não deixem de ler as histórias de #oMeuCorpo nesta edição. Conheçam a Irina, que nos dá uma lição de vida e que encontrou no desporto uma fortaleza para a luta contra o seu cancro da mama; a Catarina cuja queimadura em palco não lhe retirou a ambição de ser uma bailarina de topo; a Teresa que nos seus 18 anos mostra a toda uma nova geração como é ser feliz com vitiligo; a Catarina Oliveira que luta todos os dias por desconstru­ir a imagem negativa da pessoa com deficiênci­a; a Andreia cuja colite ulcerosa acabou por fazer sobressair a super mulher que é. E por que não juntar as nossas seis leitoras que decidirem perder peso para se sentirem mais saudáveis? Tudo isto porque: cada corpo é único e cada uma deve saber o quer quer para si, ser ser julgada por isso.

Desafio-vos a partilhem fotografia­s da vossa relação com o corpo no Instagram e a usarem a hashtag #oMeuCorpo. Colocámos frases com mensagens em Womensheal­th.pt. Podem imprimir ou fazer as vossas próprias frases. Este é o momento para aceitarmos as nossas diferenças e vontades.

Pedro Lucas, diretor

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