Temos o passo a passo para aderir a esta tendência de sustentabilidade.
Seja na varanda, no terraço ou até na bancada da cozinha, as hortas caseiras ganham cada vez mais destaque nas casas portuguesas. Quer aderir à moda? Temos aqui tudo o que precisa de saber.
Aagricultura urbana é uma das estratégias de sustentabilidade mais procuradas do momento, sobretudo por quem vive na cidade e pretende ter um estilo de vida mais verde e próximo da natureza. Hoje em dia, as pequenas hortas caseiras invadem o feed de Instagram e não é assim tão difícil aderir a esta moda. Para prová-lo, pedimos ajuda a André Maciel, do projeto HortasLx (@hortas_lx). Antes de sujar as mãos com terra, há que tirar alguns apontamentos. Vamos a isso?
Escolher o espaço
“É sempre possível ter uma horta em qualquer lado”, começa por nos dizer André Maciel, embora não aconselhe a criação “em zonas muito poluídas ou junto a estradas onde o tráfego é abundante”. Com uma maior área de atuação em Lisboa, “nas HortasLx desenhamos e planeamos uma horta à medida da pessoa, à medida do seu tempo”. O projeto dispõe também de formações e workshops digitais que permitem a qualquer pessoa, em qualquer parte do país, criar uma horta orgânica consoante o seu tipo de casa.
“Se não conseguirem criar uma horta em casa podem sempre, criar no telhado do prédio, na empresa, no bairro ou escola, e assim construir um caminho para uma comunidade sustentável”, destaca.
Procurar a melhor luz
“Uma horta nasce com quatro a cinco horas de exposição solar”, explica André Maciel. O seu projeto dá “alternativas para quem não tem estas condições”, como é o caso dos “germinados em cima da bancada da cozinha. Com água e sementes pode fazer nascer alimento em casa”.
Investir nos materiais
Hoje em dia não faltam boxes e conjuntos de cultivo destinados a hortas caseiras. A HortasLx dispõe de boxes e alcofas que prometem facilitar a vida dos iniciantes à agricultura. Para quem tem um orçamento mais limitado, o segredo está no simples “conceito de reciclagem”, diz André Maciel, que dá um exemplo: “a utilização de rolos de papel ou caixas de ovos de cartão é sempre uma boa solução para germinar os vegetais em casa. Depois podem utilizar uma caixa de madeira ou uma palete para transplantar o que semeou. O ideal será transplantar quando a planta tiver mais de 5 cm e até quatro folhas”.
Estudar os alimentos
Fica aqui a dica valiosa: há vegetais que não devem ser plantados juntos. “Existem boas e más vizinhanças na horta. Há plantas que se beneficiam entre si. Por exemplo, o manjericão e tomateiro são uma consociação de culturas favorável. Já o pimento e o rabanete são associações desfavoráveis”. Além disso, André Maciel fala da importância de “seguir a calendarização das hortícolas, calendário primavera-verão e outono-inverno”.
Regar e cuidar com consciência
Antes de mais, nada de afogar o que está a plantar! “Nos germinados e no regrow, a água deve ser mudada de dois em dois dias”, esclarece. E como o objetivo é ser o mais sustentável e ecológico possível, “podem reutilizar a água para regar outras plantas em casa”, aconselha. Quando o objetivo é salvar um alimento, “a prática do regrow” é uma mais-valia. Trata-se de “uma segunda oportunidade ao alimento, por exemplo, colocar a raiz do alho francês em água, irá ver que nascerá outro”.