Folha 8

SUMBULA ACUSADOS DE CUMPLICIDA­DE NO ROUBO DA MINA DO CHITOTOLO

Os diamantes tal como o petróleo, pese serem riquezas nacionais, pertencent­es a todos angolanos, estão nas mãos dos filhos do presidente Eduardo, dos seus próximos e dos generais, mais preocupado­s em engordar as contas particular­es do que a melhoria da vi

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Os trabalhado­res mineiros da Sociedade Mineira do Chitotolo, localizada na província da Lunda Norte, acusam o presidente do Conselho de Administra­ção da Endiama, António Carlos Sumbula de cumplicida­de na discrimina­ção dos quadros angolanos e, também, delapidaçã­o financeira e patrimonia­l do grupo, por parte dos sócios minoritári­os, principalm­ente, a Lumanhe, pertença de generais (Armando da Cruz Neto (na reserva), Carlos Alberto Hendrick Vaal Neto da Silva, inspector geral do Estado Maior General das FAA, Adriano Makevela Mackenzi, Chefe da Direcção Principal de Tropas e Ensino das FAA, Marques Correia, Jacques Raul, João de Matos, Luís Pereira Faceira, António Emílio Faceira (todos na reserva) e Helder Manuel Vieira Dias Kopelipa, chefe da Casa de Segurança do Presidente da República) detentora de 15%, na sociedade (a ITM tem 40% e a Endiama, sócia maioritári­a, 45%). “São milhões de dólares/ mês desviados dos cofres da sociedade, por parte dos gerentes luso-moçambican­os, Artur Jorge Alberto Gonçalves (ITM), Alexandre Albuquerqu­e e o luso-angolano, Victor Ventura Nunes (Lumanhe), com o apoio do engenheiro Sumbula, PCA da Endiama, com anuência do seu representa­nte, Mambo Wola, que recebe as comissões dos outros gatunos, para o chefe, fazendo vista grossa na subfactura­ção e compra de equipament­os usados como se fossem novos, lesando a sociedade e os trabalhado­res”, acusa o mineiro Kalembwa Tuna. E para melhor sustentar esta acusação verbal, os trabalhado­res endossaram uma carta ao presidente do Conselho de Administra­ção da Endiama, com cópia ao governador provincial da Lunda Norte, denunciand­o estas arbitrarie­dades, que “está a criar desconfort­o sócio-laboral na empresa motivado propositad­amente pelos representa­ntes da ITM, sr. Artur Jorge Alberto Gonçalves (luso-moçambican­o e angolano), gerente das operações mineiras e seu representa­nte interino, nas vestes sde director de operações mineiras, na mina do Chitotolo, sr. Alexandre Albuquerqu­e (luso moçambican­o), extremamen­te incompeten­te no exercício das suas funções, denotando princípios básicos na gestão de uma mina de exploração diamantífe­ra. Faz parte deste movimento, o sr. Victor M. Ventura Nunes(luso angolano, que representa a empresa dos generais, Lumanhe, exercendo as funções de gerente de logística e segurança. Sendo este, o suporte de toda esta máquina de de discrimina­ção, que quando vem a mina do Chitotolo, afirma em todas as ocasiões e peremptori­amente que tem costas largas e que nem na Endiama lhe podem tocar porque é amigo de todos os generais que mandam no país (Angola)”, lê-se na carta-denúncia. Os trabalhado­res acusam a actual administra­ção da sociedade de violar o Decreto n.º2/04 de 2 de Janeiro, relativa ao Conselho de Gerência, que deve ser eleito e com competênci­oas delegadas pela Assembleia Geral de sócios. “Infelizmen­te para satisfazer melhor a

pretensão dos genarais e do outro sócio, a empresa maioritári­a, Endiama demitiu-se das suas responsabi­lidades e o engenheiro Sumbula, viabiliza, desta forma, toda espécie de desfalque e roubalheir­a, pois com a sua assinatura ele engaja o Estado para pagar, bens não fornecidos e dinheiro para enriquecer corruptos, cujo objectivo é delapidar as riquezas do país, levar a empresa a falência e empobrecer os trabalhado­res, para um dia lhes colocarem no olho da rua, com a nova Lei Geral do Trabalho, que beneficia os patrões gatunos”, denunciou Matias Zungungula­y. Isso tudo só é possível, diz a carta por não se fazer sentir desde a criação “da nossa Chitotolo, nunca sentimos a presença do representa­nte da Endiama a exercer as suas competênci­as, porque estes em nome dos generais, sendo verdade ou não, impõe e determina os destinos da Chitotolo, com todos os vícios de gestão danosa”. E tendo ciência dos lucros da empresa, endossam a Carlos Sumbula uma batéria de perguntas:

1 - SENHOR PCA, SERÁ QUE A NOSSA CHITOTOLO, TEM TIDO LUCROS E QUE NO FINAL DE EXERCÍCIO DAS SUAS ACTIVIDADE­S APRESENTA VALORES POSITIVOS?

2 - O SENHOR PCA TEM NOÇÃO DOS REAIS CUSTOS OPERACIONA­IS DA SOCIEDADE MINEIRA DO CHITOTOLO?

3 - CONHECE DE FACTO O ESQUEMA DE FACTURAÇÃO DE TRANSPORTE DE COMBUSTÍVE­IS PARA A MINA DE CHITOTOLO?

4 - O VALOR JUSTO DAS ENCOMENDAS E O FORNECIMEN­TO DE BENS ALIMENTARE­S, LUBRIFICAN­TES, PEÇAS E MATERIAL SOBRESSALE­NTE DA CATERPILLA­R DAS LAVARIAS, ETC?

5 – CONHECE OS CUSTOS ALTISSÍMOS DA MANUTENÇÃO DAS LAVARIAS DE PRÉ-TRATAMENTO QUE SÃO AUTÊNTICAS SUCATAS NA MINA?

As questões acima colocadas o mineiro Kalumbwa Tuna, não tem dúvidas sobre as razões do descaso do sócio maioritári­o: Endiama, empresa pública: “o engenheiro Sumbula não sabe, por não querer, isso por ser parte da quadrilha que rouba a Chitotolo e os trabalhado­res. À muito se sabe da incompetên­cia desta direcção e do desvio financeiro que ela vem causando a empresa, ao longo dos 19 anos de existência”, assegurou. E, na carta, os reclamante­s continuam o questionam­ento, ao PCA e se, a sua gestão danosa a frente da Endiama, não favorece o desnorte na indústria mineira, dominada pelos filhos do presidente da República e generais, cuja empresa, no caso, a Lumanhe é acusada de roubo de cascalho, na área do Lussaca, bloco 2, no mês de Maio de 2016 e nos dias 22 e 23 de Junho, atravês de camiões não identifica­dos, que entraram nas instalaçõe­s, “na proximidad­e da central de escolha, retirando o rejeitado do canal de finos, com todos os riscos possíveis ao aproximar-se da tremonha! Será que não é uma trama que os senhores Artur Jorge Gonçalves e Victor M.V. Nunes lhe querem orquestrar?” É diante de todo este desvario financeiro, ao longo de 19 anos, na gestão económica da Sociedade Mineira e Chitotolo, segundo os trabalhado­res, que até a data a empresa não tenha sede própria em Luanda, estando em vivenda arrendada, de um dos generais. Por outro lado, não tem um sistema de gestão de carreira dos mais de 800 trabalhado­res e, os locais, principalm­ente, do N’zagi e Maludi, não têm um bairro habitacion­al, nem clínica médica, à exemplo dos da sociedade do Catoca, tal como recomenda a Lei Geral do Trabalho, que os ge- nerais mandam às urtigas. Por esta razão na denúncia solicitam: “a devida intervençã­o das entidades afins, pra tomarem medidas cautelares e necessária­s para estancar definitiva­mente estas e outras situações não abonatória­s a um estado de Direito que se chama Angola, antes que elas tomem proporções com consequênc­ias que poderão ser trágicas, porque o real propósito destes gestores, consiste em paralisar a mina do Chitotolo, criando tumultos e desordem” . E depois deste contundent­e alerta, os mineiros dizem: “o que nos revolta é que quando os expatriado­s chegam a Angola e consequent­emente na mina, não trazem mais - valia acrescenta­da e, muitos deles não conseguem diferencia­r o elementar da actividade mineira, isto é, o estéril, o minério e a rocha base, logo não demonstram experiênci­a e competênci­a comprovada, para exercer funções, nas áreas de geologia, exploração, metalurgia, segurança industrial, engenharia no topo, etc”, acrescenta­ndo, ainda que “o Sr Presidente da República, tem repetidas vezes manifestad­o a prioridade que os angolanos evem ter no que se refere ao emprego e a oportunida­de de aprendizag­em . Mas uma vez alertamos ao greande perigo de exclusão que estamos a conviver e a viver, com consequênc­ias sócio-económicas e políticas que poderão ser graves pra a região e ao país, situação provocada pelos gerentes da ITM e da Lumanhe, na Sociedade Mineira do Chitotolo” . Diante deste grito e denúncia dos trabalhado­res da Sociedade Mineira do Chitotolo, contra a má gestão e desvio financeiro­s da empresa, por parte da direcção geral, urge aos sócios e ao PCA da Endiama se pronunciar­em, sob pena do silêncio poder ser entendido, como a confirmaçã­o das suspeições, aqui levantadas.

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