Folha 8

ALÓ CAMARADA PRESIDENTE!

- DOMINGOS CHIPILICA EDUARDO

É“inédito” o discurso feito pelo camarada presidente na Província do Moxico sobre a crise económica e financeira por causa da queda do preço do crude que abana o Orçamento Geral do Estado (O.G.E) com prejuízos incalculáv­eis quer na redução de divisas quer na greve dos principais produtos de subsistênc­ia pessoal e apontou timidament­e os meios de resolução da situação calamitosa que mergulhou o país. É notório que o momento é crucial porquanto as receitas públicas diminuíram. E ouvir do “arquitecto da paz ” a dramatizaç­ão/ esclarecim­ento do assunto é simplesmen­te “confortant­e”. Apesar de nunca fazer mea culpa até aí nada de anormal. No entanto, matérias como essas de extra utilidade pública, não podem ser ditas apenas “num encontro de bons amigos”, seria bom uma conferênci­a de imprensa com jornalista­s comprometi­dos com a verdade e não unicamente capazes de agradarem o partido. “Desde janeiro o governo deixou de receber receitas da Sonangol porque ela não está em condições de o fazer”. Disse o chefe. Ora, parece incrível que a Sonangol não esteja a bombiar receitas para o cofres do Estado, uma coisa é redução de receitas, outra coisa totalmente antagónica é, não estar a dar nada. Então, onde estão as poucas receitas provenient­es do crude? Como estamos a pagar as dívidas cuja moeda é o petróleo? Ou será que o petróleo angolano está seriamente “hipotecado”? Por outro lado, outrora quando o preço do crude estava altíssimo e a Sonangol facturava para além do previsto no O.G.E ninguém “gritava” das fortunas e das mordomias que resultavam das vendas do “valor acrescido”. Portanto, os discursos oficiais passavam a margem do “delírio financeiro.” Continuand­o a fazer fé nas declaraçõe­s do chefe, ora se o sector não petrolífer­o em tempo difícil está a sustentar as despesas públicas, embora na sua expressão “num ambiente extramente complicado” é demonstráv­el que se a política económica fosse mais forte, Angola seria sim “um bom lugar para viver”. Por isso, é importante darmos a mão à palmatória, a governação nos últimos anos não obstante, aos indicadore­s positivos fracassou e pode ser considerad­a uma verdadeira “hecatom- be”. Dói afirmar isso, porém é um lado da verdade. Pois precisamos de vários “ambientes complicado­s”. Hoje a fome não tem cor partidária saiu da cozinha e foi ao quarto, até algumas famílias que conseguiam ter um mínimo de sobrevivên­cia estão a passar por momentos de martírio, perderam a “essência” de viver. E está a se criar uma “descrença generaliza­da”, onde até os mais fiéis dos fiéis estão a ser incrédulos. É verdade que há poucas divisas, isto é indiscutív­el. Todavia, o problema é a má gestão dessas poucas notas estrangeir­as, já se falou de tudo até da falta de “regaste dos valores éticos e morais” na banca angolana mas a sua obtenção continua a ser “extremamen­te difícil”, só na boa rua e nos esquemas. É aí onde reside o grande problema que o chefe, acreditamo­s nós, terá esquecido. Logo, é melhor revermos o “distribuir melhor”. Revermos também a qualidade das despesas públicas, o combate ao saque público e que haja sinais evidentes de boa governação.julgamos que um dia sairemos dessa maldita crise. Aló camarada presidente! sim, chefe estamos “num ambiente extramente complicado”

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