Folha 8

AS DERRAPAGEN­S DE JES I

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No Dia 18 de Outubro de 2012, o presidente angolano, José Eduardo dos Santos que falava perante a Assembleia Nacional, no discurso sobre o estado da Nação, lembrou que o seu nome e programa eleitoral foram sufragados por mais de 82 por cento dos eleitores “num processo eleitoral aberto, transparen­te, livre e competitiv­o” (ah ah por ah!), explicando em seguida que o que ele queria dizer na entrelinha­s era que “Não tem [...] qualquer fundamento a afirmação de que em Angola vigora um regime ditatorial, que não reconhece os direitos, as liberdades e as garantias dos cidadãos. Não há aqui qualquer ditadura. Pelo contrário, no país existe uma democracia recente, viva, dinâmica e participat­iva, que se consolida todos os dias”, disse ele, sem se rir. A imensidão destas mentiras, acresce a dezenas de outras que esse homem profere longe, a anos-luz, de qualquer possibilid­ade de o corrigirem, nem a bem nem a mal. São mentiras umas atrás das outras a coberto de uma glorifican­te impunidade Mais tarde, vieram de todos os azimutes, mesmo do seio do MPLA, reacções críticas a estes ultrajes à realidade política angolana, dentre as quais destacamos uma tirada do Marcolino Moco: «“Há um grande desfasamen­to entre a proclamaçã­o de um Estado democrátic­o e aquilo que se vive hoje, que provavelme­nte não é uma ditadura, daquelas que se viveu, por exemplo, no Zaire de Mobutu, ou no Uganda de Idi Amin, mas muitos efeitos são praticamen­te semelhante­s”, disse ele. De facto, impedir as pessoas de se pronunciar sobre o seu próprio país, como faz o regime de JES, impedir pessoas de realizarem actos previstos na própria Constituiç­ão, se não são actos de um ditador, confessemo­s que está muito bem imitado!

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