DELÍRIOS DE LUANDINO SOBRE NETO
“Agostinho Neto, o Perfil de um Ditador. A História do MPLA em Carne Viva” é o nome do último livro do historiador angolano Carlos Pacheco. Como o regime de sua majestade o rei de Angola não gostou do que foi escrito mandou, de imediato, o sipaio (mais um) de serviço, no caso Luandino Carvalho, vir a terreiro mentir para tentar convencer os incautos. Nada de novo, portanto. Como esperado, este Carvalho que não é (embora gostasse de ser) Luvualu, apresentou a argumentação elaborada pelo MPLA, num verdadeiro arrazoado anti-português e ofensivo da inteligência dos próprios angolanos, típico de quem quer passar a mensagem de que nunca viveu nas copas as árvores. O texto deste Carvalho, que não é (embora gostasse de ser) Luvualu, publicado no Pravda do regime, é um reservatório putrefacto de todo o ódio acumulado pelos saudosos do partido único, pelos acéfalos defensores de que o MPLA é Angola e Angola é o MPLA. Inconformado com a mudança dos tempos, ciente de que a escravatura em Angola tende a acabar, certo que haveremos de conquistar a alforria, o plástico artista teima em querer-nos provar que, no caso, foi Agostinho Neto quem descobriu a roda. O plástico artista, que não é (embora gostasse de ser) Luvualu, tortura – ou não fosse apologista da escravatura – os factos históricos, espezinha a verdade, mata a probidade e estrangula a independência intelectual e principalmente a nossa angolanidade, metamorfoseando-se de intelectualóide de gestação espontânea, não vá alguém dizer que o que sabe aprendeu com os seus inimigos portugueses. Como plástico artista, não se inibe de dar conselhos aos historiadores, “em especial” aos que são e/ ou se dizem angolanos. Estes em particular deveriam saber que se os rios correm para a foz é porque tal foi determinado por Agostinho Neto. Sobre o livro de Carlos Pacheco, o plástico artista que é Carvalho mas não é (embora gostasse de ser) Luvualu, diz que ele “serve de lenitivo aos órfãos do paraíso colonial e conforta os saudosos do império português”. Alguns desses órfãos e saudosos do império, que os há de facto, ensinaram o Carvalhinho a contar até 12 sem ter de se descalçar. Mas, é claro, essas são outras histórias. Mostrando ser perito na matéria inorgânica em que vegeta, o plástico artista que é Carvalho mas não é (embora gostasse de ser) Luvualu, diz que Carlos Pacheco “esconde aspectos essenciais da ideologia de quem cita e faz pior: retira do contexto frases dos citados, para desta forma ardilosa e cobarde confirmar a sua tese que tresanda ao lado mais sórdido e repugnante dos séculos de dominação colonial”. O Carvalhinho não sabe mais e, por isso, mesmo com ajuda dos restante sipaios e de um ou outro chefe de posto amigo, alinha uma série de ideias de plástico, mostrando que para ele tanto faz dormir com o José Maria como com a Maria José, é igual conhecer o corredor de fundo como o fundo do corredor. Faz lembrar aquele outro Carvalho, no caso Luvualu, que se julga pintor só porque conhece as cores do arco-íris. Carlos Pacheco escreve que “à luz de centenas de comportamentos que estudei, persuado-me hoje não terem sido poucos os revolucionários do bando de Neto, bem como de outras formações insurrectas, que abraçaram a luta separatista movidos antes de tudo por necessidades materiais e não por ideais”. Aqui o Carvalho (neste caso Luandino) sentiuse violado na sua mais íntima intimidade. Sendo ele um idealista que também só se move pelos bens materiais, viuse englobado (e bem) no bando de Neto. E isso não perdoa. Se há verdades que doem, estas que Carlos Pacheco relata no seu livro pura e simplesmente arrasam e matam.