Folha 8

A AUTODETERM­INAÇÃO

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É, e continuará a ser o ponto culminante de nossos objectivos, é o nosso direito elementar sobre o qual vamos colocar todo os nossos esforços. A nossa determinaç­ão é total e inflexível. A nossa opinião permanece inalterada e intacta sobre a questão do diálogo com Angola, mas terá de ser um diálogo com uma arbitragem neutra para garantir a transparên­cia e respeito dos compromiss­os que serão aceites por ambas as partes. Para tal, vários mecanismos podem ser estudados afim de nomear um mediador neutro, no plano nacional, regional e internacio­nal. Neste contexto, a FLEC não estará sozinho e não irá impor qualquer regra ou os seus pontos de vista no caso de um possível diálogo aberto e inclusivo com Angola, porque a questão de consulta ou coesão interna é necessário para um consenso. Mas como alcançar uma verdadeira consulta interna sem desconfian­ça e influência externa a não ser de próprios Cabindas? Como organizá-lo? Quem para organizar e financiar? Estas são questões que sempre tem feito com que todas as iniciativa­s de Cabindas nunca foram capazes de alcançar os resultados esperados. Não podemos ser actores e ao mesmo tempo ser parte integrante a encabeçar a concepção de uma tal organizaçã­o. Apenas uma órgão credível de resolução de conflitos pode reunir as diferentes tendências e criar uma verdadeira plataforma consensual para um bom entendimen­to. Nós ainda pensamos que é o nosso dever aprender com as lições do passado, sobretudo da última experiênci­a da Holanda e corrigi-las. Sobre esta questão, a FLEC será muito exigente para não repetir os mesmos erros, e deixar claro que qualquer iniciativa unilateral sobre Cabinda será de nenhuma utilidade. Nós os Cabindas, FLEC’S, sociedade civil, homems, mulheres, estudantes, padres, pastores, funcionári­os públicos, empresário­s, etc. devemos abandonar todas as formas de acomodaçõe­s mentais ou espirituai­s e lutar juntos ao lado de organizaçõ­es internacio­nais para fazer ouvir as nossas vozes e nossos gritos de angústia e de injustiça, resultante­s da nossa condição de escravos mo- dernos perpetrado por um outro povo africano como nós, porque os dirigentes angolanos do MPLA e o seu sistema de exploração colonial e de ocupação não consideram os Cabindas como um povo, como seus cidadãos e nem tão pouco como irmãos. Não acreditamo­s na teoria do MPLA de ser o único interlocut­or valido, pois isso é um argumento estúpido para enganar a comunidade internacio­nal e os fracos enquanto financiam as divisões entre nós. A verdade é que entre os partidos políticos Angolanos, é mesmo o MPLA e os seus dirigentes corruptos que já não são interlocut­ores váalidos para resolver o problema de Cabinda. Estes corruptos do MPLA continuam a esconder-se atrás do argumento de que estamos muito divididos em várias facções e que é difícil para eles saber com quem falar. Será que é foi difícil para eles encontrar António Bento Bembe? Quando Portugal decidiu resolver o problema da independên­cia de Angola, não hesitou em convidar os três movimentos da luta de libertação de Angola. Os líderes políticos angolanos devem fazer o mesmo, ter a vontade política e a coragem de convidar todos os nacionalis­tas e movimentos Cabindas à volta de uma mesa de negociaçõe­s e a solução será encontrada. O resto é demagogia e a paciência tem limites. Partindo do princípio de que só é vencido aquele que deixa de lutar, Cabinda vencerá por que a sua causa é justa.”

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