A AUTODETERMINAÇÃO
É, e continuará a ser o ponto culminante de nossos objectivos, é o nosso direito elementar sobre o qual vamos colocar todo os nossos esforços. A nossa determinação é total e inflexível. A nossa opinião permanece inalterada e intacta sobre a questão do diálogo com Angola, mas terá de ser um diálogo com uma arbitragem neutra para garantir a transparência e respeito dos compromissos que serão aceites por ambas as partes. Para tal, vários mecanismos podem ser estudados afim de nomear um mediador neutro, no plano nacional, regional e internacional. Neste contexto, a FLEC não estará sozinho e não irá impor qualquer regra ou os seus pontos de vista no caso de um possível diálogo aberto e inclusivo com Angola, porque a questão de consulta ou coesão interna é necessário para um consenso. Mas como alcançar uma verdadeira consulta interna sem desconfiança e influência externa a não ser de próprios Cabindas? Como organizá-lo? Quem para organizar e financiar? Estas são questões que sempre tem feito com que todas as iniciativas de Cabindas nunca foram capazes de alcançar os resultados esperados. Não podemos ser actores e ao mesmo tempo ser parte integrante a encabeçar a concepção de uma tal organização. Apenas uma órgão credível de resolução de conflitos pode reunir as diferentes tendências e criar uma verdadeira plataforma consensual para um bom entendimento. Nós ainda pensamos que é o nosso dever aprender com as lições do passado, sobretudo da última experiência da Holanda e corrigi-las. Sobre esta questão, a FLEC será muito exigente para não repetir os mesmos erros, e deixar claro que qualquer iniciativa unilateral sobre Cabinda será de nenhuma utilidade. Nós os Cabindas, FLEC’S, sociedade civil, homems, mulheres, estudantes, padres, pastores, funcionários públicos, empresários, etc. devemos abandonar todas as formas de acomodações mentais ou espirituais e lutar juntos ao lado de organizações internacionais para fazer ouvir as nossas vozes e nossos gritos de angústia e de injustiça, resultantes da nossa condição de escravos mo- dernos perpetrado por um outro povo africano como nós, porque os dirigentes angolanos do MPLA e o seu sistema de exploração colonial e de ocupação não consideram os Cabindas como um povo, como seus cidadãos e nem tão pouco como irmãos. Não acreditamos na teoria do MPLA de ser o único interlocutor valido, pois isso é um argumento estúpido para enganar a comunidade internacional e os fracos enquanto financiam as divisões entre nós. A verdade é que entre os partidos políticos Angolanos, é mesmo o MPLA e os seus dirigentes corruptos que já não são interlocutores váalidos para resolver o problema de Cabinda. Estes corruptos do MPLA continuam a esconder-se atrás do argumento de que estamos muito divididos em várias facções e que é difícil para eles saber com quem falar. Será que é foi difícil para eles encontrar António Bento Bembe? Quando Portugal decidiu resolver o problema da independência de Angola, não hesitou em convidar os três movimentos da luta de libertação de Angola. Os líderes políticos angolanos devem fazer o mesmo, ter a vontade política e a coragem de convidar todos os nacionalistas e movimentos Cabindas à volta de uma mesa de negociações e a solução será encontrada. O resto é demagogia e a paciência tem limites. Partindo do princípio de que só é vencido aquele que deixa de lutar, Cabinda vencerá por que a sua causa é justa.”