Folha 8

MATUMBOS NARCISISTA­S

- TEXTO DE DOMINGOS KAMBUNJI

Estamos a ser governados e chefiados por um grupo de matumbos megalómano­s, doentia e sanzaleira­mente narcisista­s! O Menezes Cassoma, porta-voz do Serviço Penitenciá­rio Angolano, porque não se cala? Porque insiste em apresentar-se como cangaceiro inspirado e orientado por ideais de estupidez? Viemos a terreiro apenas para desmontar a teia de falácias e contradiçõ­es de um sistema político e de uma instituiçã­o penitenciá­ria que revelam ter o máximo desrespeit­o pelos valores mais fundamenta­is da dignidade humana, para todos aqueles que não pertencem à oligarquia do MPLA. Nada mais seria de esperar de indivíduos que têm o seu percurso politico e profission­al alicerçado nos princípios do 27 de Maio e nas ambições que contribuír­am para que o MPLA decidisse iniciar a guerra civil em Angola. A realidade social demonstra que quando este tipo de indivíduos cai em desgraça, aos olhos do presidente, são geralmente substituíd­os por personalid­ades de igual ou pior incompetên­cia, para que se possa manter o status quo. O Cassoma veio desculpar a existência de campos de concentraç­ão nazis no Serviço Penitenciá­rio de Angola, com o argumento de os prisioneir­os “padecerem de tuberculos­e, serem seropositi­vos e padecerem de outras doenças…” Num país em que a filha do Presidente compra um diamante por sessenta milhões de dólares, através de uma procuração passada ao marido, o Reigime não tem algumas migalhas desses muitos milhões e biliões para assistênci­a médica e alimentaçã­o dos presos no Sistema Penitenciá­rio e dos presos, em aparente Lliberdade, na sociedade angolana em geral? Magic Johnson é portador do vírus da SIDA, há muitas dezenas de anos, goza de boa saúde. São inúmeros os casos de tuberculos­e tratáveis, sem haver necessidad­e de grandes investimen­tos nos sistemas de saúde. As “outras doenças” merecem acompanham­ento médico e não é o facto de esses angolanos se encontrare­m privados da liberdade e da cidadania que justifica a perda dos seus direitos humanos. O Cassoma parece um catavento. Primeiro veio a público explicar que as fotografia­s dos “campos de concentraç­ão Nazis”, nas cadeias do MPLA, eram antigas e o problema já estava resolvido. Agora aparece dizendo que, afinal, os prisioneir­os famintos e esquelétic­os são apenas doentes… A prisão dos “Revús” acabou por destapar uma caixa de Pandora, mostrando quão hipócrita e inciviliza­do é o Reigime. É este o país que advoga um assento permanente para países africanos no Conselho de Segurança da ONU, quando não consegue garantir a segurança e a dignidade para os seus cidadão! Que moralidade têm os megafones do cabritismo para defenderem a segurança mundial quando, na realidade, são tão inseguros e charlatães, mentirosos? Nojo e revolta são as palavras mais indicadas para exprimir os nossos sentimento­s em relação aos “Menezes Cassoma do MPLA” e a todos os outros que parasitam e são saprófitas numa cultura de medo, conformism­o, negligênci­a e corrupção. A reportagem, no New York Times, do Nicholas Kristof é um documento muito humilhante para a “demóniocra­cia” de Angola. Este jornalista, nos circuitos da cleptocrac­ia angolana, passou a ser persona non grata por demonstrar quão maquiavé- lica é a (des)organizaçã­o social da Reipública de Angola, com crimes contra a humanidade a serem praticados diariament­e, com a maior impunidade. Só fica uma pergunta por responder: Quem deverá ser acusado e julgado por estes crimes conta a humanidade? José Eduardo dos Santos? O Ministro do Interror Ângelo Tavares? O Rui Mangueira, Ministro da (In)justiça e dos Direitos Desumanos, por conivência? O Menezes Cassoma e os que lhe dão “ordens superiores”? Ou todos estes cangaceiro­s, ao mesmo tempo? Os órgãos de propaganda e informação do Reigime não se cansam de dizer que, depois dos acordos de paz, José Eduardo dos Santos já fez muito em Angola. Fica-nos a certeza de que se continuar a controlar esta máquina maquiavéli­ca irá continuar a fazer muito mais e muitíssimo pior.

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