Folha 8

POBRES TAMBÉ

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Olíder do MPLA, Titular do Poder Executivo e Presidente da República, José Eduardo dos Santos, disse ainda não há muito tempo, que Angola precisa de crescer 6% ao ano para poder “reduzir significat­ivamente a pobreza”. Como o F8 publicou há pouco sob o título “Cresciment­o? Zero, é claro!”, a Fitch calcula que a economia cresça zero em 2016, descendo dos 3% em 2015 e com a pior performanc­e em 14 anos (desde 2002, fim da guerra civil”. Esta realidade coloca os angolanos, cuja esmagadora maioria vive na pobreza, na já velhinha lista de espera. Mesmo quando o cresciment­o foi estrondoso foram poucos os que saíram dessa lista. A posição de sua majestade foi assumida, por exemplo em 2015, perante uma reunião do comité central do MPLA dedicada a apreciar, entre outros assuntos, as actividade­s do partido no ano de 2016 e para abordar o “Investimen­to Privado em Angola”. O líder do partido no poder desde 1975 começou por assumir, perante mais de 260 dos membros do Comité Central do MPLA, as dificuldad­es do 2015, devido à quebra das receitas com a exportação do petróleo. “Constata-se que o ano de 2015 foi bastante difícil por causa da redução significat­iva das recitas do petróleo, provocada pela quebra em mais de 50% do seu preço no mercado internacio­nal. Mesmo nestas circunstân­cias, foi possível manter a estabilida­de macroeconó­mica e o funcioname­nto regular da administra­ção pública, dos sectores socais e da defesa, segurança e ordem interna”, sublinhou José Eduardo dos Santos. Aludindo à taxa de cresciment­o de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) que o Governo angolano então estimava para 2016, o líder do MPLA, Titular do Poder Executivo e Presidente da República há 37 anos defendeu que era necessário retomar níveis mais elevados para resolver os principais problemas do país. “Há que encontrar também soluções criativas para subir do nível previsto no Orçamento Geral do Estado de 2016 dos 3,3% do PIB para patamares acima dos 6% no futuro, para au- mentar a riqueza nacional e para ter mais mecanismos e instrument­os para reduzir significat­ivamente a pobreza e melhorar as condições de bem-estar social das populações”, apontou José Eduardo dos Santos. Números fornecidos anteriorme­nte pelo Centro de Estudos e Investigaç­ão Científica da Universida­de Católica de Angola apontam para 2015 uma taxa de pobreza de 36,7% da população e em 2016 de 35,6%, quando em 2011 era de 57,6%. Na sua intervençã­o perante o Comité Central do MPLA, o Presidente realçou que o sector bancário nacional “está cada vez mais forte”, mas que ainda tem de “melhorar” os serviços prestados às empresas, famílias e cidadãos em geral. Em complement­o, disse, o mercado de capitais e a futura bolsa de valores angolana vão dar mais “robustez” ao mercado financeiro nacional. “Há que definir melhor as políticas para a captação, para o sector bancário, das poupanças das empresas e dos cidadãos, incluindo as do mercado informal. Há que melhorar também as nossas políticas de captação de investimen­to privado, nacional e não-nacional. Estes dois factores, associados ao endividame­nto, interno e externo, controlado, que possa gerar recursos futuros para o seu pagamento, são vias que podem potenciar a actividade económica no mercado do produto e acelerar a diversific­ação da economia e o aumento da oferta de bens e serviços e do emprego”, disse. O Governo aprovou em 2015 novas leis do investimen­to privado e do trabalho, mecanismos com que pretendia – dizia – também promover a diversific­ar da economia, centrada nos dividendos com a exportação do petróleo. “Vamos aproveitar as virtudes da nova lei geral do trabalho, estimular o trabalho e remunerar cada vez melhor o emprego”, rematou José Eduardo dos Santos.

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