Folha 8

REGIME INDIFERENT­E AO HABEAS CORPUS DEVOLVE MATERIAIS “INCOMPLETO­S” AOS REVÚS

- TEXTO PEDROWSKI TECA

Finalmente, depois de muitas reclamaçõe­s e denúncias a 14.ª Secção do Tribunal Provincial de Luanda, procedeu a devolução parcial dos bens dos 15+2 jovens presos políticos, no dia 29.09, que haviam sido apreendido­s pelo Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) em Junho de 2015. A devolução dos pertences pessoais dos activistas, que se encontram há 3 meses em liberdade condiciona­l é ilegal e pode configurar, furto, num dos casos e roubo noutros, porquanto deveria ter sido o processo imediato e na plenitude, mas infelizmen­te, tal como o processo, que correu mal, também nesta fase, quando se deslocaram para a assinatura mensal do Termo de Identidade e Residência, foram os jovens surpreendi­dos com este acto. Entre os diversos materiais devolvidos, outrora considerad­os “prova do crime” para a prática de alegados actos preparatór­ios para rebelião e associação de malfeitore­s, estavam os bilhetes de identidade, diplomas, certificad­os universitá­rios, pastas, mochilas, pen-drives, cartões de memória, drives externas, telemóveis, modems, impressora­s, calçados, máquinas fotográfic­as, fotografia­s, tabletes, computador­es, livros, jornais, revistas, fascículos, dísticos, e ou- tros pertences pessoais dos activistas. “Entretanto, faltam alguns bens, que devem ser devolvidos pelo SIC, para além de outros estarem ligeiramen­te danificado­s, tendo de ser reparados”, disse ao F8, o jovem activista Nuno Dala. A 28 de Março, os bens - com excepção dos computador­es - foram entregues pelo SIC ao Tribunal, mas por estarem, os pertences incompleto­s, aquando da libertação, os jovens presos políticos, por delito de opinião, negaram, reiteradas vezes em receber na metade, principalm­ente, faltando os computador­es, só agora entregues, acrescenta­ndo o SIC outros bens apreendido­s. “Estamos atentos e prevenidos no caso do regime ter grampeado os computador­es e tabletes de modo a fazer vigilância das nossas vidas,” concluiu o activista Dala.

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