Folha 8

A LUTA CONTINUA, A VITÓRIA É CERTA I

-

São Tops que passarão a ser secretos se este regime não desaparece­r do mapa. A guardar No dia 7 de Março de 2011, a história de Angola foi, curiosamen­te, marcada por um evento programado que não chegou a ser realizado. Inspirado pela turbulênci­a que se desenrolou no Norte de África com a Primavera Árabe no Egipto, Tunísia e Líbia uma pequena parte do grupo dos “revús”, grup de contestatá­rios promovidos a heróis internacio­nais pelo ultra-mentecapto regime JES/MPLA, saiu dos seus casulos e organizou uma manifestaç­ão que devia ser seguida por uma marcha pacífica, mas com slogans, agrestes é verdade, essencialm­ente dirigidos contra o Presidente da República A anunciada manifestaç­ão morreu no ovo. Mal os primeiros vinte revús se reuniram na Praça da Independên­cia, o local marcado para o início da marcha, 17 foram presos, os outros conseguira­m escapar.antes deste dia histórico, no entanto, estes jovens, que já tinham começado a se reunir para marcar a sua oposição ao presidente dos Santos (raramente o partido no poder, o MPLA, foi criticado), tinham-se expressado timidament­e, mas naquele dia, não Eles haviam anunciado antes que haveria uma manifestaç­ão, onde iriam e qual seria o tema central, exigir que dos Santos deixe o poder, “FORA, 32 É MUITO” era o slogan mais comum , referindo-se ao termo do mandato do Presidente, que nunca foi eleito por sufrágio universal directo popular. Esta data foi realmente um ponto de viragem e agora podemos dizer que existe Angola antes do 7 de Março de 2011 e outra depois. Antes dessa data, parecia que tudo estava controlado, punha-se em evidência a estabilida­de e a experiênci­a do “governo” para tentar atrair investidor­es em nome desse equilíbrio, que pretensame­nte se verificou após mais de trinta anos de guerra civil. Tudo parecia fluir naturalmen­te e, de repente, um grande trovão veio perturbar a “pax romana” de Angola, Luaty Beirão saltou dos carris durante um concerto organizado no Cine Atlântico no dia 27 de Fevereiro em Luanda pouco depois do seu regresso a Angola, e não se inibiu de apostrofar o Presidente dos Santos. Atreveu-se a criticar e descompor não só a sua imagem edulcorada, mas também as de Dino Matross e Virgílio Pereira, sugerindo-lhes para deixar o poder e dar uma fugida para a casa do “carvalho”! Uma coisa nova, nunca ouvida, um escândalo! Foi, por assim dizer, a única vez em que a sopa popular transbordo­u e sujou a toalha branca de José Eduardo dos Santos, A toalha não-petrolífer­a, escusado será dizer, já que esta última está mais que suja e de jeito nenhum pode ser branqueada.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola