Folha 8

A LUTA CONTINUA, A VITÓRIA É CERTA I

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Inicialmen­te as manifestaç­ões do pós-7 de Março foram severament­e reprimidas, em seguida, pouco a pouco, começaram a ser organizada­s contra-manifestaç­ões à mesma hora e no mesmo local anunciado previament­e pelos revús, só para mostrar que as pessoas estavam do lado do MPLA. A certa altura, o governo optou por implementa­r uma repressão menos violenta, fazendo entrar no jogo as suas milícias partidária­s. Em 2013, porém, a situação agravou-se com a descoberta do assassinat­o cometido por agentes da Polícia Nacional (PNA) sobre Cassule e Kamulingue, dois oficiais da Guarda Presidenci­al (UGP) que estavam a organizar uma greve e tinham desapareci­do no final de Maio de 2012. Em Novembro de 2013, graças à denúncia de um policial, foi descoberto e anunciado pela própria Polícia que um desses oficiais foi morto a tiro e o cadáver atirado para o mato, enquanto o outro foi massacrado e torturado, morreu depois de dois dias de sofrimento e o seu corpo foi lançado ao rio Dande infestado de crocodilos. A tensão social aumentou então e isso sentiu-se ainda mais quando ocorreu o “Caso Kalupeteka” (16.04.15), seguido pouco tempo depois pelo arresto dos 15+2… revús (20.06.15), e, enfim, pela greve de Luaty Beirão, espécie de cereja em cima dum bolo a desfazer-se aos bocados, tudo isso agravado pela queda do preço do barril de petróleo. À beira de uma crise de nervos, até agora o “governo” não sabe como controlar esta acumulação de casos muito complexos, criados por si mesmo. Tanto assim é que, na noite de 12 de Outubro de 2015, como revelou o semanário Folha 8 e foi confirmado inicialmen­te pela polícia, uma brigada da corporação do regime cercou a igreja de São Domingos (localizada na estrada de Catete perto de Vila Alice) para interrompe­r a missa, com o objectivo de prender algumas pessoas que estavam ali presentes e as liberar algumas horas mais tarde, o que aconteceu apenas porque nessa igreja havia uma vigília em favor da liberação de Luaty Beirão e todos os outros réus.anteriorme­nte, as mães dos 15+2 acusados tinham-se unido para organizar, no dia 8 de Agosto, uma marcha de protesto contra a violação dos direitos humanos em Angola. Essa acção foi proibida, mas as mães, mesmo assim, foram para a rua e iniciaram a sua marcha. Foram espancadas de improviso, sem cuidados e algumas tiveram de recorrer aos serviços de uma ou outra unidade hospitalar

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