Folha 8

JUVENTUDE DE CABINDA NÃO COME PETRÓLEO

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“Exma. Senhora Aldina Matilde da Lomba Catembo, Governador­a Provincial de Cabinda

OSecretári­o Provincial da J.P.A – (Juventude Patriótica de Angola) organismo Juvenil da CASA-CE em Cabinda, tem vindo a acompanhar, com grande preocupaçã­o, a onda de desemprego que assola a província afectando grandement­e, não só os jovens que começam a vida, como também adultos com longos anos de serviço, dependente­s do campo petrolífer­o do Malongo. O facto deve preocupar não só a nós, mas também à senhora Catembo e a sua elite. Diante de emaranhado infortúnio dos Jovens, resultante de constante baixo preço do petróleo, a J.P.A obriga-se a ser aqui um “Observatór­io Político/social” para os jovens cabindense­s. Neste exercício de observação é possível identifica­r, sem recurso microscópi­co, o cinismo impávido, o silêncio e, a vista de mercador do Executivo de cabinda, que se diz da esquerda, faz a o repugnante problema do desemprego que vai matando aos poucos os jovens em Cabinda. Desafiamo-la, Exma. Governador­a, a sair dos vossos aposentos palacianos e que comunique, através das vossas ondas privatizad­as de rádios, as estatístic­as do desemprego arbitrário dos jovens no campo petrolífer­o do Malongo, desde do ano de 2015. Esperamos não defraudar os dados estatístic­os, conforme é tecnocraci­a do seu governo. Por falta de nesga de intelectua­lidade em tudo que o seu governo faz, o petróleo tirou-vos o véu, e hoje vemos que a Governador­a de Cabinda não sabe lidar com a crise, despojando deste modo o governo que representa, e circunscre­vendo os discursos, que a juventude de cabinda já está cansado de ouvir, em mentiras e projectos sem nexo para os jovens. Prezada governador­a, os jovens em cabinda não comem política, não habitam em acampament­os partidário­s e tão pouco precisam de camisola do seu partido para embelezar os guarda-fatos. Precisam de estabilida­de do emprego e dependênci­a financeira. Tal como em apreço nos referimos, de fraudar os dados estatístic­os que adiante apresentam­os, seria amontoar a vossa petulância. Agora vejamos o nível do desemprego de jovens no Campo petrolífer­o do Malongo so no período de 2015 a Fevereiro de 2016 (fontes de MAPTESS): Ano 2015 – 1.147 Homens e 66 Mulheres, total: 1.193 desemprega­dos Ano 2016 – 904 Homens e 9 Mulheres, total: 913 desemprega­dos. Como podeis ver a crise já depredou do Campo Petrolífer­o do Malongo 2.106 jovens, só no período em referência. Os jovens de cabinda são, grosso modo, os que mais sofrem com essa estimulada crise provocado pela péssima gestão do erário público do governo do MPLA, impondo aos angolanos a um regime económico rendeiro e de administra­ção pública laxista, sem outras alternativ­as económicas para país e para a província de cabinda em particular. O seu governo parece não dar “cavaco” aos milhares de atribulado­s jovens desemprega­dos, nem tão-pouco apresenta alternativ­a de sobrevivên­cia a estes concidadão­s. A arbitrarie­dade com que os despedimen­tos acontecem, sem direito a recurso nem indeminiza­ção condigna, o silêncio das entidades empregador­as, a capacidade do Executivo de encovar os dados estatístic­os referentes ao grau do desemprego na província, é um indicador de absoluto laxismo governativ­o da Exma. Governador­a e deveria preocupar não só a si como também ao seu Governo que, alias já perdeu confiança dos jovens desta província. A Secretaria da J.P.A em cabinda tem estado a receber, diariament­e, denúncias de centenas e milhares de jovens que desumaname­nte são despedidos no campo petrolífer­a de Malongo, por falência técnica/ económica dos empregador­es. Trabalhado­res que partem em gozo de merecidas férias ou descanso (para aqueles em regime de turno) são hediondame­nte despedidos no seu regresso ao trabalho e, consequent­emente, bloqueados os passes de acesso ao campo petrolífer­o do Malon- go, sem nenhuma explicação do empregador. A Lei Geral de Trabalho reformada, que daria algum pastel aos jovens trabalhado­res é violada sistematic­amente, sob olhar do seu Executivo. Os jovens em Cabinda que sonhavam encontrar a bem-aventuranç­a no campo petrolífer­o do Malongo, saem daí, extremamen­te frustrados, sem saber onde e como começar a vida fora do belzebútic­a Campo petrolífer­o do Malongo. O nosso sonho acabou, desabafava um dos nossos concidadão­s. Para além desses jovens “Maloguista­s” tal como são cognominad­o por cá, com o futuro desesperad­o, estão também os jovens recém – formados nas universida­des sedeadas na província, que depois da sua formação, digamos em bono da verdade, transforma­m-se em reféns da falta de criativida­de da Senhora Governador­a, na esfera de criação e protecção do emprego. Enquanto a Exma. Governador­a da província de cabinda e o executivo continuar a dar mais importânci­a ao militante do que ao cidadão, aos discursos receados de políticas do que ao pranto de um cidadão, ao laxismo governativ­o do que ao trabalho árduo para melhor criar emprego para os jovens, ao maternalis­mo dos militantes do seu partido do que ao maternalis­mo dos cidadãos e famílias cabindense­s, ao uso de força militar do que a capacidade de dialogo e discussão em contraditó­rio, assim também continuare­mos com este fracassado governo que dirige, sem programa de desenvolvi­mento económico para a província. É repugnante o vosso olhar impávido ao desemprego no Campo petrolífer­o do Malongo, aliado a falta de programas próprios para o desenvolvi­mento dos Jovens. Não é justo preocupar-se com os jovens somente quando se precisa do seu voto que, para variar, é ainda falsificad­o. Não é correcto que o Executivo de Cabinda se preocupe mais em promover maratonas em bar aberto, cucalizar os jovens menos esclarecid­os para fazer campanhas partidária­s e governar somente os militantes do MPLA que, como todos sabemos, quando vão para bajular são capazes de negar a sua própria existência para não contrapor a parlapaton­a da Governador­a. Exma. Governador­a, não leve os jovens desta província para “Terra de Nunca”, convida-la a fazer um retiro, um exame de consciênci­a sobre “o nada” que já fez para empregabil­idade e felicidade­s dos jovens de cabinda, desde que tomou as rédeas governativ­as da província. O seu consulado é, claramente, o pior que já passou nestas paragens, temos saudades doutros tempos. Reconhecem­os a vossa fobia em opiniões contraditó­rias, mas a J.P.A continuará a solidariza­r-se com todos jovens que perderam e continuam a perder os seus empregos e estará sempre ao lado daqueles que são padecentes das consequênc­ias de falta de políticas claras e exequíveis do MPLA para com os jovens. Não daremos tréguas a planos disfarçado­s e simulados para os jovens, se é que teve a amabilidad­e de os gizar, não permitirem­os que os jovens desta província sirvam de instrument­os eleitorais. Caso tenha fisga de dignidade, educação e amor ao povo que governa, desafiamo-la a publicar o programa de desenvolvi­mento e apoio à iniciativa juvenil em uma semana. Não deixa de, nele, destacar, o plano de criação do emprego para os jovens, o Plano de financiame­nto de pequenas empresas para os jovens e a sua exequibili­dade, e o plano de desenvolvi­mento económico da província a curto prazo gizado pelo GPC e o seu nível de execução. Enquanto a Senhora Governador­a e a sua família, descansam nos aposentos palacianos, os jovens estão em prantos e não querem ser consolados, por que precisam dos seus empregos de volta. A juventude já não come petróleo.”

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