CONTINUAM POR SABER AS CAUSAS DA QUEDA DE HELICÓPTERO EM CABINDA
No dia 06.10, alguns trabalhadores da empresa petrolífera, Chevron, subsidiária da Cabinda Gulf Oil Company, denunciaram ao F8 o reinício dos serviços de transporte aéreo, sendo que a empresa ainda continua a realizar um inquérito sobre o que levou à morte de seis dos seus funcionários no dia 26 de Setembro, em consequência do despenho de um helicóptero que fazia a ligação entre a base de Malongo e a plataforma petrolífera de Tômbwa-landana, “A questão é: sendo que ainda não encontraram os dois corpos desaparecidos, e até agora não se publicou a investigação sobre a verdadeira causa do acidente, autorizam os voos por quê?!” questionam os denunciantes. Os trabalhadores apresentaram um “e-mail” em língua inglesa, enviado pela Chevron, onde a empresa deu a conhecer na quinta-feira, 6, sobre o reinício dos serviços de transportação aérea. “Os Serviços de Aviação anunciam que os serviços de helicópteros vão retomar, a partir de quinta-feira para todos os locais com os (helicópteros de) modelos Bell 412 e Bell 427 (a CABGOC voluntariamente mantém aterrado o modelo Bell 430 nesta altura)”, lê-se no e-mail. A Chevron também informou aos funcionários viajantes que será oferecida a possibilidade de usarem barcos, caso decidam não voar. “Por favor, certifique-se de notificar o seu distribuidor local no mar, se optares por não voar, e faça reservas no navio em conformidade com a ilogistics”, orienta o documento em posse do F8. Os trabalhadores que fizeram a denúncia, disseram que “todo mundo quer que se retome os trabalhos, mas desde que as causas sejam apuradas. Até agora os trabalhadores têm viajado de barco. Nada parou, excepto o voo dos helicópteros. É assim que essas empresas procedem noutros países quando situações do género acontecem”. “Repare que eles apenas retiram um modelo de helicópteros, mantendo os outros. Mas a equipa de manutenção e outros serviços dos helicópteros é a mesma. E se a causa do acidente tiver sido a falha na manutenção?!” questionam. Segundo os mesmos, a inquietação de muitos trabalhadores petrolíferos é que ao retirarem o modelo que acidentou, mesmo sem publicarem as reais causas do acidente e um inquérito estar em curso, a Chevron assume que há algo de errado com o mesmo modelo e não com a manutenção. Os trabalhadores acrescentaram que, com a crise, a Chevron reduziu o número de trabalhadores e muitos helicópteros que deviam ter dois pilotos, actualmente têm voado com apenas um. “Antes, havia muitos voos diários porque eram mais de 6 sondas a perfurarem. Hoje há apenas duas a fazerem o serviço de perfuração”, disseram. Ao serviço da Chevron, a aeronave que despenhou no dia 26 de Setembro, pertencia à empresa Heli Malongo e transportava funcionários desde terra, a partir da base de Malongo, para as plataformas petrolíferas no mar de Cabinda. Entre os seis ocupantes falecidos no helicóptero ao serviço da Chevron, subsidiária da Cabinda Gulf Oil Company, estavam quatro angolanos, nomeadamente: Gerson Quiano (weathford), Francisco Walter (Schlumberger), José Capita (Tanaris), Paulo Sebastião Ndombaxi (Cabgoc), e dois cidadãos estrangeiros. É de realçar que ainda na procura de restos mortais, a Chevron destacou para a zona da queda do aparelho, uma equipa de salvamento e buscas apoiada por 19 embarcações e três helicópteros, que continuam a sobrevoar a zona da queda do aparelho. Em conferência de imprensa realizada no dia 27 de Setembro, em Cabinda, o director-geral da Cabgoc, John Baltz, anunciou que as buscas na zona dos destroços, onde foram recuperados os corpos de quatro dos ocupantes, vão continuar de dia e de noite, com meios aéreos e marítimos, incluindo um equipamento submarino. John Baltz também havia anunciado a abertura de uma investigação interna a este caso, garantindo que a empresa que operava o helicóptero tinha “bons níveis” de segurança, e que as condições climatéricas na altura da queda da aeronave poderiam ser um dos aspectos a analisar na investigação. Apesar do anúncio do reinício dos serviços de transporte aéreo dos trabalhadores petrolíferos às plataformas, os resultados do inquérito ainda não foram divulgados.