JORNAL EXPANSÃO VÍTIMA DA CRISE DO PAPEL

Depois dos semanários O Crime, Terra Angolana, Manchete, Grandes Notícias, Correio do Sul e o Folha 8, este último mais visado por implicações políticas, chegou a vez do Expansão sofrer com os problemas da falta de papel. Na penúltima edição, publicada a 30 de Setembro, o semanário especializado em economia divulgou uma pequena nota dando conta de “problemas técnicos” que fazem o jornal, doravante, “ser impresso em papel branco” e não o habitual papel de cor salmão. O Expansão é impresso na Damer, à igualdade do Novo Jornal e as edições do grupo Media Nova, gráfica que se mantinha firme face aos problemas económicos que o país tem vivido mas que agora se rende à realidade, pois, segundo as direcções de outras gráficas, a escassez de divisas, principalmente dólar, não tem permitido a importação da matéria-prima: papel. Os preços cobrados pela referida gráfica são extremamente elevados, uma forma de exclusão dos jornais “indesejados”, como o Folha 8. Agora, nem o poder financeiro dos proprietários da Damer serve para suportar os jornais com a qualidade visual inicial. A nota do semanário termina dizendo: “Tão logo quanto possível regressaremos ao salmão”. E não se sabe quando, pois até passaportes não estão a ser emitidos devido à crise do papel. Há poucas cédulas nos postos do Serviços de Migração e Estrangeiros (SME), e alguns não tem mesmo. Alguns indivíduos reclamam pela entrega do documento tratado há mais de um mês. A “candonga” se instalou às portas dos postos. Os funcionários que retêm algumas cédulas para “pedidos especiais” estão a cobrar até 20 mil Kwanzas para emitir passaportes.

SC