Folha 8

TODOS FUBA DO MESMO SACO

- OMAR AL-BASHIR MSWATI III ROBERT MUGABE

O site Answer África, especializ­ado em temas africanos, considera, sendo claro que não ouviu os peritos dos peritos do MPLA, o Presidente José Eduardo dos Santos, que “só” está no poder há 37 anos sem nunca ter sido nominalmen­te eleito, o quarto pior presidente do continente em 2015. A lista é liderada pelo sudanês Omar Al-bashir, que tem um mandado de captura do Tribunal Penal Internacio­nal, seguido do rei da Suazilândi­a Mswati III e o Presidente zimbabuean­o Robert Mugabe. A companhia, reconheça-se, até não é má. Mesmo assim, estranha-se que alguém que é considerad­o pelos seus pares como “querido líder”, “escolhido de Deus” e represente de Deus na Terra, seja considerad­o o quarto pior presidente de África. Digamos que José Eduardo dos Santos é um Presidente polivalent­e e para todos os gostos. A revista norte-americana Forbes, por exemplo, considera-o o segundo pior presidente em África, logo a seguir ao seu homólogo da Guiné Equatorial (membro da CPLP), Teodoro Obiang Nguema. Segundo o Answer África, José Eduardo dos Santos “sempre governou como se (o país) se tratasse do seu investimen­to financeiro pessoal e privado”, além de possuir “um ultrajante registo na área dos direitos humanos”. “A maior parte das escolas possui estruturas destruídas e há um profundo défice de professore­s qualificad­os”, revela o site, que responsabi­liza o Governo de José Eduardo dos Santos de silenciar a imprensa e prender jornalista­s que tentam desvendar detalhes sobre os acordos financeiro­s feitos (são todos) pelo seu clã. A avaliação de Eduardo dos Santos termina dizendo que “a filha do Presidente, Isabel dos Santos, é a mulher mais rica de Angola e de todo continente africano”. Os restantes “piores” líderes são Teodoro Obiang (Guiné Equatorial), Allassane Ouattara (Costa do Marfim), Jacob Zuma (África do Sul), John Dramani (Gana) e Uhuru Kenyatta (Kénia). Para que o Answer Áfri- ca não se sinta só na mais do que certa acusação de tentativa de golpe de Estado que o regime angolano lhe moverá sempre que se atrever a dizer coisas destas, recorde-se que num artigo da Forbas, assinado por Mfonobong Nsehe, pode ler-se que a governação do Presidente Eduardo dos Santos se tem pautado por casos de nepotismo, onde o primo ocupa o cargo de vice-presidente e a sua filha Isabel é a mulher mais poderosa em Angola. A Forbes destaca ainda que, segundo a Agência Internacio­nal para o Desenvolvi­mento, o país é extremamen­te rico em recursos naturais, sendo o segundo maior produtor de petróleo na África Subsariana e ocupa o quarto lugar no ranking mundial na produção de diamantes em bruto. Todavia e apesar dos recursos existentes no país, 68% da população vive no limiar da pobreza, a educação é gratuita, mas sem qualidade, 30% das crianças estão subnutrida­s, a esperança média de vida é de 41 anos e o desemprego elevado. O artigo avança que em vez de partilhar o cresciment­o económico de Angola com a população, José Eduardo dos Santos conduz uma política de intimidaçã­o, sobretudo nos meios de comunicaçã­o social e canaliza os fundos do Estado para contas pessoais ou de familiares. A Forbes dá ainda o exemplo de que a família do chefe de Estado controla o sector económico no país, e que a sua filha Isabel serve-se do poder do pai para comprar activos em empresas portuguesa­s.

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