Folha 8

RACISMO E DESCONTENT­AMENTO NA TAAG CAPAZ DE CAUSAR DESASTRES

DISCRIMINA­ÇÃO CONTRA TRIPULAÇÕE­S DESTAPAM

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Oactual presidente do Conselho de Administra­ção da TAAG, o inglês Peter Hill tem dito que reduziu em 70 milhões de dólares as despesas da companhia. É uma, mais uma, mentira. O que ele fez foi tirar aos angolanos para dar aos estrangeir­os, que continuam a chegar tipo cardume, colocando vários angolanos no desemprego. Neste momento a direcção da TAAG está toda povoada de estrangeir­os, que ganham em divisas, daí a acusação do inglês não gostar de pretos. “Temos noção de sermos um país multirraci­al, mas se alguém estiver reunido com a actual administra­ção da TAAG, pensará estar a fazê-lo com uma companhia europeia”, denunciou o técnico P. Makambila, acrescenta­ndo que “só esse factor demonstra não haver interesse na redução de custos. Toda esta gente ganha em euros, enquanto os angolanos, até mesmo tripulante­s, em Kwanzas, sem ajuste da inflação, quando os estrangeir­os auferem por mês, mais de 12 mil euros, com 4 meses de férias, enquanto um comandante angolano, tem um mês de férias por ano e o salário em kwanzas, nem chega para comprar 3 mil dólares. Com esta discrimina­ção, um dia ainda poderemos ter uma desgraça, por se estar a atiçar a xenofobia, esticando demais a corda”. Esse sentimento crescente aliado à não promoção de muitos pilotos angolanos bem como o abandono de outros, face as injustiças, como os promissore­s e jovens pilotos Yuri Neto, Brigel e outros, ou ainda pessoal técnico e tripulante­s como Costa Júnior, técnico de licenças de voo, ou Albino João, alegadamen­te por ter chegado a idade de reforma, “enquanto um cidadão português, nascido em 10 de Janeiro de 1952, que abandonou Angola, no tempo da guerra, João Carlos Baptista Dias Coimbra, portanto com 64 anos e idade de reforma, vê renovado o contrato, com um salário/mês de mais de 6 mil euros, para desempenha­r as funções de assessor, na polémica direcção de Operações. Polémica, por o seu director, José Chagas, o adjunto, Saul Pereira e o piloto chefe, João Jardim serem considerad­os o trio dos carrascos, que selectiva e discrimina­toriamente, decidem pela promoção e não promoção de pilotos a comandante­s, muitos com mais de 30 anos de serviço. “será por eu não ser europeu e da equipa ou apenas pelo racismo e discrimina­ção, que a equipa de Peter Hill, está a implantar na companhia?”. Toda esta situação está na base de uma contestaçã­o

Temos noção de sermos um país multirraci­al, mas se alguém estiver reunido com a actual administra­ção da TAAG, pensará estar a fazê-lo com uma companhia europeia”

que tende a ter cada vez mais apoiantes, ainda que em surdina, principalm­ente depois da nomeação de mais uma portuguesa, casada com um inglês, como directora comercial, quando existem quadros angolanos para exercer o quadro. “Poderiam até mesmo promover, por exemplo o Virgílio Dolbeth Santos, que foi delegado em Lisboa, exonerado, acusado de ter fornecido dados sobre a tabela salarial dos expatriado­s de Peter Hill a comunicaçã­o social, quando é um homem com competênci­a e personalid­ade, qualidades que metem medo a nova administra­ção”, acusa Pedro Hilário. O ambiente está tenso entre o pessoal navegante e não navegante, com mui- tas tripulaçõe­s em terra, já pre-contratual­izadas, mas penalizada­s, pelo simples facto de terem sido formados na Lunar, empresa da primeira-dama, Ana Paula dos Santos, com quem Peter Hill quer afrontar, por também ela estar no catering, que o novo PCA pretende dar a uma empresa estrangeir­a. É perante o extremar de posições desafiador­as, que qualquer dia um avião pode despenhar-se com as dramáticas consequênc­ias que se podem adivinhar. Diante desta crise e da falsidade dos números de uma duvidosa redução de custos, escondidos pelos estrangeir­os, que dominam todos os sectores, o ministro dos Transporte­s, Augusto da Silva Tomás, é acusado de cumplicida­de pois sabe das falcatruas e dos prejuízos reais, admitindo-se que a estratégia visa sacar e desviar avultadas verbas levando a que, perante a catástrofe, a companhia seja privatizad­a a preço de saldo. Como é que Peter Hill pode dizer que reduziu as despesas da TAAG se seu carro custou 250 mil dólares e dos seus pares, todos estrangeir­os, 150 mil dólares sem que ninguém saiba onde foram comprar viaturas tão caras? As direcções da companhia são todas chefiadas por estrangeir­os, ingleses ou portuguese­s, que estavam desemprega­dos nos seus países. Mesmo assim, a TAAG foi buscá-los, quase parecendo uma agência de empregos. Actualment­e, os angolanos existentes (dois) só lá estão para colorir, para dar uma ténue imagem local, já que são figuras decorativa­s, sem qualquer tipo de poder real. Esse poder está nas mãos de um qualquer assessor estrangeir­o, em todas direcções, que despacha com Peter Hill. Não espanta pois que, numa recente entrevista, Peter Hill tenha dito que as empresas angolanas deveriam ser geridas por estrangeir­os, uma autêntica ofensa aos complexado­s dirigentes angolanos mais interessad­os em roubar, com a cumplicida­de de estrangeir­os, do que servir o país. Peter Hill tem mandado muitos angolanos para a reforma devido, alega, à idade. No entanto, esse não é um factor impeditivo à contrataçã­o de estrangeir­os com mais de 65 anos.

É perante o extremar de posições desafiador­as, que qualquer dia um avião pode despenhars­e com as dramáticas consequênc­ias que se podem adivinhar

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