Folha 8

O QUE SE PASSA COM A FROTA?

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É, por tudo isto, estranho que se mantenha inoperacio­nal a frota ainda recente e se encomende aviões novos ao preço do ouro, quando não se tem rotas nem planeament­o para toda a frota de forma a, atempadame­nte, garantir que se retira o máximo rendimento dos equipament­os. Tudo leva a crer que com a frota no chão… os prejuízos continuarã­o a levantar voo. “Nós dissemos, no nosso plano de negócios, que em três anos íamos reduzir custos em 100 milhões de dólares e logo no primeiro ano já poupamos 70 milhões. Por isso estamos muito contentes e posso dizer que as finanças da companhia estão a melhorar dramaticam­ente”, explica Peter Hill. Mas será mesmo assim? Ou, como noutros casos, quando a TAAG estiver quase a operar sem prejuízos… morre? Ou vai de prejuízos em prejuízos até ser… privatizad­a ao preço da chuva? “Herdamos uma companhia não lucrativa, com muitos trabalhado­res, e nos últimos 12 meses estamos a reduzir os custos”, enfatizou o administra­dor, que assumiu funções, indicado pela Emirates, há pouco mais de um ano, ao abrigo do contrato de gestão da TAAG que a companhia aérea árabe assinou com o governo angolano. O inglês Peter Murray Hill foi nomeado presidente do Conselho de Administra­ção da TAAG, através de um decreto presidenci­al de 15 de Setembro de 2015, ao abrigo do contrato de gestão da companhia estatal com a Emirates, sendo que dos cinco elementos executivos do Conselho de Administra­ção apenas um é angolano. Entre outras funções, Peter Hill foi presidente do Conselho de Administra­ção da Sri Lankan Airlines, também sob gestão da Emirates (49% do capital social) e assumiu um mandato de cinco anos à frente da TAAG. O contrato de gestão assinado entre o Governo e a Emirates prevê a introdução de uma “gestão profission­al de nível internacio­nal” na TAAG, a melhoria “substancia­l da qualidade do serviço prestado” e o saneamento financeiro da companhia angolana, que em 2014 registou prejuízos de 99 milhões de dólares. Em contrapart­ida, no âmbito do Contrato de Gestão da transporta­dora pública angolana celebrado com a Emirates Airlines para o período entre 2015 e 2019, prevê-se dentro de cinco anos resultados operaciona­is positivos de 100 milhões de dólares. Os trabalhado­res angolanos, estão descrentes e não acreditam que a TAAG seja capaz de com a actual gestão, desmotivan­do os trabalhado­res, a companhia seja capaz de ter padrões internacio­nais, para competir em pé de igualdade, até mesmo com outras companhias aéreas africanas.

Nós dissemos, no nosso plano de negócios, que em três anos íamos reduzir custos em 100 milhões de dólares e logo no primeiro ano já poupamos 70 milhões

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