A RAZÃO DA FORÇA É CONNOSCO
Sua majestade o rei de Angola, José Eduardo dos Santos, reiterou o apoio de Angola para apoiar a República Centro Africana (RCA) na elaboração e execução de um programa para a reorganização e reforço das forças armadas e da polícia nacional daquele país. José Eduardo dos Santos, presidenta há 37 anos no poder sem nunca ter sido nominalmente eleito, discursava no início das conversações entre delegações dos dois países por ocasião da visita de Estado que o seu homólogo da RCA, Faustin Toauderá, realizou a Angola.o chefe de Estado angolano voltou a defender que os problemas políticos da RCA não passam pela transferência dos seus problemas “a qualquer entidade judicial”, mas “devem ser encontradas formas de concertação política, que conduzam a consenso à reorganização e ao reforço das forças armadas e da polícia nacional”. Para o “querido líder” angolano, o sucesso até aqui do processo político na RCA deveu-se à acção concertada de diversas forças internas e do contributo dos Governos dos países da África central, da União Africana, da Organização das Nações Unidas e da União Europeia. “A linguagem das armas, com a qual a certa altura alguns grupos trataram fazer valer os seus propó- sitos, nunca conduziu a qualquer solução viável, pelo contrário, ela só conduziu à destruição, a um maior aumento de sofrimento das populações”, reforçou José Eduardo dos Santos. Sua majestade chamou a atenção para a importância de que “as incertezas que ainda pairam na consciência de alguns, não se constituam em fontes de desconfiança, nem sejam focos de disputas antigas ou de novos conflitos”. “O processo de desarmamento e desmobilização e reinserção deve ser um facto para que a união e a reconciliação nacional tornem efectivas e sejam um pólo de convergência de todos os actores políticos, visando consolidar a plataforma democrática na qual se poderão livremente expressar as suas ideias e defender os seus interesses legítimos”, considerou. “Os problemas de natureza política clamam sempre por encontrar soluções num espírito de tolerância, flexibilidade, realismo e pragmatismo”, acrescentou. Nada disso se passa no reino de Angola, mas como o rei estava a falar para fora, pouco importa que dentro de portas não exista espírito de tolerância, flexibilidade, realismo e pragmatismo. Sobre a cooperação entre os dois países, José Eduardo dos Santos manifestou abertura para o desejo manifestado pelo Governo da RCA de estudar modalidades para desenvolver uma cooperação multilateral vantajosa com Angola. Por sua vez, o Presidente da RCA agradeceu o apoio de Angola para o alcance da estabilidade política naquele país, em particular do chefe de Estado angolano, igualmente presidente em exercício da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL). “Os desafios agora são enormes, temos que pacificar o país, reforçar os esforços para a organização da defesa e segurança, reconciliar os centro-africanos e reconstruir a nossa economia”, disse Faustin Touaderá, que hoje mesmo termina a sua visita de 24 horas ao país. Relativamente, à cooperação bilateral entre os dois países, o chefe de Estado da RCA manifestou interesse nas áreas da defesa,