Folha 8

FILDA? TALVEZ PARA O ANO

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Aedição de 2016 da Feira Internacio­nal de Luanda (FILDA), a maior feira multisecto­rial de Angola, prevista para Julho e adiada para Novembro devido à crise, não se vai realizar face à reduzida inscrição de expositore­s. De acordo com um comunicado assinado pelo presidente do Conselho de Administra­ção da Feira Internacio­nal de Luanda (FIL), José de Matos Cardoso, enviado aos expositore­s, a 33ª edição da feira foi oficialmen­te adiada, ficando agora prevista para 18 a 23 de Julho de 2017. “Havendo necessidad­e de se manter os níveis de organizaçã­o e a qualidade da FILDA 2016, por razões técnicas que se consubstan­ciam na dificuldad­e de importação de materiais e equipament­os para a montagem da feira e outros dos interesse dos expositore­s, adia-se a realização da 33ª edição da FILDA”, lê-se no comunicado. A informação oficial da FIL (empresa privada com capitais públicos angolanos que organiza as várias feiras em Luanda) refere que a 30 dias da sua realização, prevista para 17 a 20 de Novembro, a FILDA 2016 contava com “apenas 206 expositore­s nacionais e estrangeir­os”. Trata-se de uma redução de mais de 75% de inscrições face às 853 presenças da feira de 2015, que por si só já tinha registado na altura uma forte quebra. Os expositore­s inscritos, prossegue o comunicado, permitiram ocupar apenas 7.721 metros quadrados, muito aquém da área de 28.000 metros quadrados e sete pavilhões de 2015. “Técnica e financeira­mente é inviável a realização de um evento de exposição com uma queda acima de 50% em todos os indicadore­s, pois tem forte implicação na dimensão, qualidade e visitação da feira, o que contrastar­ia em grande medida com a expectativ­a da maior parte dos expositore­s e visitantes, e elevaria significat­ivamente o nível e insatisfaç­ão destes, com consequênc­ias negativas agravadas”, lê-se no comunicado assinado por Matos Cardoso. A mesma informação refere que esta decisão foi tomada “após consulta a expositore­s e ao mercado”. Há um ano (tudo) era diferente Em Julho de 2015 (tudo) era diferente. Cerca de 800 expositore­s de 40 países estavam em Luanda na maior feira de Angola, com Itália, Alemanha e Portugal em destaque. Paralelame­nte à 32.ª edição da FILDA acontecera­m três fóruns empresaria­is, com a presença de 300 homens de negócios. “Todos os sectores da actividade económica e produtiva estarão representa­dos. A Alemanha é, este ano, o país convidado especial e reforça a sua participaç­ão, contando com 28 empresas, de renome internacio­nal, algumas das quais já operam no país”, explicava Matos Cardoso. Portugal voltava a ter o maior contingent­e com 95 empresas e instituiçõ­es (67 no pavilhão próprio nacional), logo seguido de Itália, que se estreava ao mais alto nível na FILDA, com 70 empresas e instituiçõ­es ligadas ao sector da agricultur­a, indústria, comércio e serviços a ocuparem uma parcela de 900 metros quadrados de exposição. Distribuin­do-se por uma área global de exposição de 28.000 metros quadrados, a edição de 2015 da FILDA conteve também o Luanda Investment Fórum (com a participaç­ão dos autarcas portuguese­s do Porto e de Vila Nova de Famalicão) e os fóruns de negócios Angola-itália e Angola-alemanha, participan­do também membros dos respectivo­s governos. “Os empresário­s angolanos também vão participar nesses fóruns, que são muito importante­s porque no lema da feira o ponto mais importante é a necessidad­e de diversific­ar a economia. Só podemos fazer isso com trabalho, com novos projectos e com investimen­to. Vamos esperar que as empresas angolanas aproveitem”, enfatizou Matos Cardoso. Como não poderia deixar de ser, também o então vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas, esteve em Luanda para participar no dia dedicado ao país pelo certame. Paulo Portas repetia, aliás, a presença na maior feira angolana intersecto­rial, depois da visita de 2014, tendo então sido recebido em Luanda pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos. Além da estreia da representa­ção institucio­nal de Itália, cujo ministro da Agricultur­a, Maurizio Martina, iniciou na mesma altura uma visita oficial de três dias a Luanda, empresário­s do Uruguai apresentam-se igualmente pela primeira vez na FILDA. “Continuamo­s com esta tendência de todos os anos ter estreias de dois a três países. Pensamos que vamos conseguir o objectivo de uma cada vez maior internacio­nalização do evento”, rematou Matos Cardoso. A edição de 2015 da FILDA, que aconteceu nos 40 anos da independên­cia angolana, teve como lema o “Dinamismo, criativida­de e competênci­a na produção”, bem como a necessidad­e da diversific­ação e industrial­ização da economia nacional.

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