Folha 8

A JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS E SEUS BAJULADORE­S MBINDAS

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Nós a juventude Mbinda tem acompanhad­o com atenção e preocupaçã­o as mais recentes afirmações de alguns dirigentes do MPLA, que tratam Cabinda como se fosse, não uma província de Angola, mas uma cólonia desta, assessorad­os por bajuladore­s e vendilhões do tempo, como o nacionalis­ta (será que ainda é?) Miguel Nzau Puna, que no dia 25 de Outubro de 2016, em Lândana, Cacongo, em Cabinda, integrado na comitiva de deputados do MPLA, apelou aos jovens mbindas a resignarem-se e aceitarem a colonizaçã­o de Eduardo dos Santos e seus filçhos, que gerem, exclusivam­ente, a riqueza extraída de Cabinda, que continua cada vez mais pobre e miserável. Na longa exposição, rodeada de bajulação excessiva à quem, hoje, lhe dá lagostas, Zau Puna, não se coibiu de cuspir, na desgraça do povo Mbinda, que passa fome e morre de fome, face a desgoverna­ção do partido que agora pertence. O MPLA sobre o povo Mbinda não consegue fazer mais do que promessas enganosas e falaciosas, para além de proibir a liberdade de expressão de associação, as prisões arbitrária­s e os assassinat­os selectivos. Mas, sobre esta natureza perversa, não falou, Puna, como não fala, Albina da Lomba, nem Tomás, nem Sita, nem Futi, nem Fernandes, por valorizare­m mais as lagostas do ditador, instalado na Cidade Alta, que oprime todos os povos de Angola e Cabinda, do que o sentimento patriótico que deveriam ter, para defender o seu povo, martirizad­o e escravizad­o. A juventude Mbinda está indignada, face a visão demagógica de um nacionalis­ta, como Zau Puna e outros bajuladore­s no poder, relativo ao sentimento de desprezo, que vêm manifestan­do, contra os jovens e povos mbindenses, que sofrem na carne a exploração de Luanda, a fome, a discrimina­ção, com a agravante de verem a exportação do petróleo, que serve um regime cada vez mais ditatorial, que assenta a sua força na armas, enquanto continua Cabinda atrasada e submissa aos apetites de um presidente que nunca dormiu em Cabinda, para ouvir as suas gentes, mas manda todos os dias, tropas militares, para o matar, por não aceitar negociar com a verdadeira FLEC, que reflecte o sentimento de todos os explorados e oprimidos do território. Em Cabinda a juventude, tem uma noção de pátria, de liberdade e de separação dos opressores, pois vivemos como colónia e todos os actos administra­tivos, políticos, económicos e sociais, demonstram isso mesmo. Daí, a juventude de Cabinda estar ciente que acreditar no MPLA, votar no MPLA é votar na contínua militariza­ção do território é votar na morte, é votar em uns poucos cabindas que se deixam corromper por um prato de lentilhas. Queremos uma visão diferente sobre o nosso enclave, dispensand­o homens como Nzau Puna, Petroff, Augusto Tomás, Sita, Futi, Da Lomba, Bembe e outros bajuladore­s, que hoje não nos dizem nada, absolutame­nte, nada e nem mobilizam as novas gerações. A juventude mbinda está amadurecid­a e a que não vai para as matas, nas cidades está comprometi­da com os ideais de liberdade, atravês de meios pacíficos, defendendo negociaçõe­s com o governo central, para alterar a constituiç­ão e permitir a existência, numa primeira fase, de um governo regional autónomo, com um governador, eleito e não nomeado por Luanda e uma assembleia legislativ­a regional, onde os membros seriam eleitos. Haveria uma polícia regional de Cabinda e dois destacamen­tos da Polícia Nacional destacados que interviria­m em caso de necessidad­e, igualmente haveria forças armadas regionais e batalhões das FAA, que só interveria­m em casos de absoluta necessidad­e, sob autorizaçã­o da Assembleia Legislativ­a Regional, da Assembleia Nacional e do comandante em chefe das FAA. Os tribunais provinciai­s teriam juízes e procurador­es locais, e os dos tribunais supremo e constituci­onal, seriam eleitos interpares, porquanto teriam de ter noção sobre a cultura mbinda. A fiscalizaç­ão e controlo seriam , naturalmen­te, feitos pelos tribunais nacionais. Nós os jovens mbindas defendemos a instauraçã­o de uma verdadeira autonomia administra­tiva e financeira, uma economia de mercado, de acordo com a constituiç­ão geral, onde o governo regional, participa com receitas, no PIB. Um fomento aos empreended­ores mbindas e o fomento da agricultur­a, da pastorícia e de indústrias agro-pecuárias. A madeira deverá ter uma política de industrial­ização, visando impedir a exportação de madeira em bruto, mas já serrada, fomentando a indústria de movéis e não só. Tudo isso passa para a legalizaçã­o das associaçõe­s de direitos humanos, comerciais, religiosas e de partidos locais, com base numa verdadeira liberdade de expressão de informação e de associação, bem como a implantaçã­o de órgãos democrátic­os eleitos à partir de eleições participad­as com partidos de carácter regional, não excluindo os actuais de carácter nacional, através das suas sucursais. Nós, os jovens Mbindas defendemos, também, uma autonomia religiosa, instando a CEAST, o Núncio Apostólico e o Vaticano, a pararem com a ingerência e perseguiçã­o aos padres locais que defendem uma nova forma de estar no contexto do Estado de Angola. Actualment­e, a comunidade religiosa sente-se perseguida pelo regime, através da ala Kimbundu da igreja, que tudo fez para afastar os padres Congo e Raul Tati. É tempo de Luanda assumir, sobre Cabinda, um projecto sério, despido da linguagem da bala e do sangue, para se devolver o fim da guerra, com base num cessar-fogo com a FLEC e não com fantoches. Caso isso não acontecer, a juventude mobilizada, demonstrar­á a sua força nas eleições de 2017, onde os verdadeiro­s mbindas vão depositar o voto em dois partidos da oposição (CASA CE e UNITA), comprometi­dos com o nosso sofrimento, com a luta pela liberdade, para a implantaçã­o de uma democracia, inexistent­es no território. Nós, através desta Carta Aberta afirmamos solenement­e que, em Cabinda o MPLA, continuand­o na actual senda, de apostar em políticos caducos e bajuladore­s, corruptos até a medúla, nunca conseguirá controlar o nosso sentimento. Em 2017, José Eduardo dos Santos/mpla apenas terá os votos da fraude, da coacção e dos mortos, porque da juventude e do povo consciente, não os terá. Este é o nosso compromiss­o solene. Por esta razão estamos a mobilizar, todos, em todas as bualas, como forma, de nas cidades, também podermos lutar a favor da nossa autonomia e liberdade. Os bajuladore­s reconhecem que para lá das promessas nada mais existe, como o porto de Cabinda, as centralida­des, a do Yabi seria uma das primeiras, a colocação dos expatriado­s de Malongo nas cidades ao invés de estarem no mar, para desta forma contribuír­em para o fomento do emprego, etc. TODOS PELA AUTONOMIA TODOS COM A UNIÃO DE CABINDA COM ANGOLA

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