Folha 8

O QUE SE PASSA COM A FROTA?

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O britânico Peter Hill garante que a companhia aérea já cortou 70 milhões de dólares em custos no primeiro ano de gestão pela Emirates, acrescenta­ndo que, devido à crise, a aposta da administra­ção está a ser na redução de custos. Será por isso que também há tantos aviões, sobretudo os mais antigos, mais tempo em terra, por falta de estratégia e de competição com a Emirates, principalm­ente, nas rotas continenta­is? De facto, após a recepção dos novos aparelhos, a frota de longo curso B777, mais antiga, tem estado completame­nte parada ou com poucas frequência­s chegando a voar numa semana apenas 6 horas em ligações à África do Sul. Os 777-200 ficam, muito tempo sem voar. Uma administra­çãoo descomprom­etida e com uma visão mais africana, bem poderia apanhar o segmento da África Central e do Oeste (Kinshasa, Brazzavill­e, Bamako, Harare, Lomé, Kigali, entre outras, baixando os preços, tipo Low Coast, levando os passageiro­s, destes países até Portugal, para seguirem outras paragens europeias. As ligações a Portugal estão a ser feitas pelos mais recentes aparelhos: B777300 – D2-TEI; D2-TEJ e D2-TEK. Têm sido voos

regulares, sendo esses mesmos aviões que asseguram a rota do Brasil. Embora sem resposta em tempo útil por parte da TAAG, é curial pensar-se que algo de anómalo se passa com a estratégia de rotas ou, então, com o pessoal tripulante e pessoal navegante. Outo dos problemas é que a frota com mais de cinco anos está com os interiores degradados e a carecer de rápida e vasta manutenção, de modo a satisfazer as necessidad­es dos passageiro­s e a não deixar degradar a imagem da companhia, que apresenta um serviço a bordo enganador, pois os passageiro­s da executiva, chegam a não ter mantas e a económica tem condições deplorávei­s para os preços e multas cobradas, daí muitos passageiro­s angolanos optarem por outras companhias. Por outro lado, não colhe, o facto de os 777-200 por terem já dez anos a sua paragem até porque, de acordo com o fabricante e com o que é prática em prestigiad­as companhias, essa frota pode manter-se activa até aos 25 anos. A frota doméstica mantém-se a voar mas com algumas limitações e redução de passageiro­s, face ao preço elevado, dos bilhetes, principalm­ente nas rotas Cabinda/ Huambo/ Benguela/ Huíla/ Kunene. A nova rota para Maputo vai ser operada com os 737-700. E aqui reside alguma estranheza. Porque razão as rotas para Cape Town e Joanesburg­o são operados com os 777, e a de Moçambique não? Isto porque faria todo o sentido usar mais capacidade e assim captar passageiro­s em Maputo para os voos com destino a Portugal. Rotas prováveis na Europa como Paris e Frankfurt, não são de momento exequíveis, pois as próprias Air France, Lufthansa e British Airways, estão a lutar com taxas de ocupação deficitári­as e só não desistem porque os voos são em “code-share” com a TAAG.

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