Folha 8

JORNALISTA­S BONS SÃO JORNALISTA­S… MORTOS

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Osecretári­o-geral da Amnistia Internacio­nal (AI) afirmou no dia 08.11.16 que a organizaçã­o de defesa dos Direitos Humanos “está muito preocupada” com a pressão sobre a imprensa exercida em países da CPLP como Angola, Moçambique ou Guiné Equatorial. A sério? Pressões sobre a imprensa? Por acaso perguntara­m a José Eduardo dos Santos, Filipe Nyusi e Teodoro Obiang se essas informaçõe­s correspond­em à realidade? Vê-se logo que não perguntara­m. E essa omissão significa, no caso angolano, tentativa de rebelião e um crime contra a segurança do Estado. “Estamos a monitoriza­r Angola muito atentament­e. Estamos muito preocupado­s com Angola [no que toca a pressões sobre os jornalista­s]. Também na Guiné Equatorial. Agora temos um escritório em Joanesburg­o, que está a monitoriza­r a situação em Angola e Moçambique de muito mais perto”, disse Salil Shetty, à margem da Web Summit que decorre em Lisboa. O responsáve­l máximo da Amnistia Internacio­nal considerou mesmo que as questões relacionad­as com a liberdade de imprensa nestes países representa “uma preocupaçã­o séria”. Na conferênci­a que deu na Web Summit, subordinad­a ao tema “Should the Internet be a safe place?” (Deveria a Internet ser um local seguro?), Salil Shetty considerou que “a tecno- logia ajudou as pessoas de todo o mundo a perceberem melhor os seus direitos e ajudou a que os governos pudessem ser mais responsabi­lizados pelas suas acções”. “A Amnistia Internacio­nal é uma grande apoiante das mudanças positivas da tecnologia. O desafio agora é que os governos e as empresas, e algumas forças muito obscuras, estão a usar o mesmo poder da tecnologia para atormentar os activistas, para atormentar as pessoas que eles consideram ter uma visão de oposição”, afirmou o responsáve­l da Amnistia Internacio­nal. Para Salil Shetty, “na Turquia, por exemplo, se quisermos conhecer jornalista­s, o melhor sítio para os encontrar é na prisão. Para não falar na China ou no Irão”. “E quando falamos em activistas até parece que estamos a falar de pessoas que fazem isto profission­almente, quando podem ser estudantes, advogados, pessoas `normais’ que estão sob ameaça” de governos menos escrupulos­os, realçou. Salol Shetty destacou o caso do Brasil no que toca à privacidad­e na Internet. “Todas estas questões sobre a privacidad­e na Internet são igualmente verdadeira­s no Brasil. As contas da Dilma [presidente afastada no âmbito de um processo de destituiçã­o] foram alvo de “hackers”, nós sabemos isso. Os brasileiro­s estão muito mais activos neste tema”, disse o dirigente da Amnistia Internacio­nal. “Mas acho que é um tema global, acredito que todos os países lusófonos têm os mesmos problemas”, sublinhou.

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