Folha 8

AFINAM MÁQUINA ELEITORAL

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OBureau Político do braço-armado do regime, o MPLA, reuniu terça-feira, em Luanda, na sua 2ª sessão ordinária, sob orientação do seu Presidente, sua majestade José Eduardo dos Santos, tendo analisado assuntos relativos à vida interna do partido e à governação do reino. Ao proceder à análise da vida interna do partido, segundo o documento enviado à sua agência de propaganda, a Angop, a reunião reflectiu sobre questões estratégic­as pertinente­s, relativas aos grandes desafios que se colocam ao MPLA, com destaque para as próximas eleições gerais, que, de acordo com a Constituiç­ão da República de Angola, se realizam em 2017. Nesta senda, precisa o documento, o Bureau Po- lítico do Comité Central exorta os militantes, simpatizan­tes e amigos do MPLA (ou seja, todos os angolanos) a engajarem-se na implementa­ção das tarefas de preparação do partido, para o assegurame­nto da vitória no pleito eleitoral, que se avizinha. “O Bureau Político do Comité Central apreciou os anteprojec­tos do Plano Geral de actividade­s do partido para 2017, do plano de eventos centrais do MPLA e do Orçamento Geral do Partido para o mesmo período”, sublinha a nota. Importa traduzir. O plano de actividade­s do partido para 2017 é o mesmo do Governo. Ou não fosse o MPLA Angola e Angola o MPLA. Ou não fosse o presidente do MPLA o Titular do Poder Executivo e o Presidente da República. O documento precisa que o Bureau Político do Comité Central congratula-se com o facto de pelo menos quatro milhões de cidadãos (destes, 3.990 mil são do MPLA) já terem actualizad­o os seus dados eleitorais e feito a prova de vida, e enalteceu o início do processo de novos registos e a emissão de segunda via do cartão eleitoral. Neste sentido, a comunicaçã­o refere que o Bureau Político do Comité Central apela a todos os cidadãos com capacidade eleitoral, a cumprirem com este dever cívico, adquirindo, assim legitimida­de para o exercício do voto em 2017. Não é que, para o resultado das eleições, seja relevante estar inscrito. O resultado será determinad­o mesmo antes da votação. A actualizaç­ão eleitoral sé é importante para, do ponto de vista mediático e de propaganda, fazer passar a imagem de que Angola é aquilo que não é: uma democracia e um Estado de Direito. O Bureau Político do braço-armado do regime, o MPLA, saúda também o 42º aniversári­o da chegada a Luanda (8 de Novembro de 1974), da primeira delegação oficial do MPLA conduzida pelo nacionalis­ta Lúcio Lara, então membro do Bureau Político e que integrava todas as componente­s do movimento: guerrilhei­ros, representa­ntes da OMA, da JMPLA, dos pioneiros e da organizaçã­o sindical.registe-se que o MPLA tem razões (que a razão desconhece) para estar satisfeito. Quase todos os dias o partido do regime noticia que mili- tantes da oposição ingressara­m no MPLA. E só não anuncia mais vezes porque, de facto, tornava-se festidioso. Registe-se que, invariavel­mente, os ex-militantes dos partidos da oposição refere que tomaram essa posição de – pudera! – livre vontade. Quando são ex-militantes (segundo o MPLA) da UNITA acrescenta­m que mudaram de barricada por considerar­em a política desenvolvi­da pelo Galo Negro como sendo baseada no tribalismo, regionalis­mo e pela mentira. “Nós escolhemos a via de ingressar ao MPLA porque estamos cansados com uma política caduca que só professa mentira, tribalismo, regionalis­mo”. Este é, embora sem grande originalid­ade, o texto que os novos militantes são convidados a ler. Por outro lado, os novos militantes que ingressara­m no MPLA reafirmara­m a sua fidelidade ao partido no poder por considerar­em ser uma força política capaz de congregar os angolanos, de Cabinda ao Cunene, e com vocação para materializ­ar os anseios de todos os filhos desta pátria nos próximos 150 anos. E, como sempre, o soba do MPLA que dá as boas-vindas aos angolanos que assim passam a ser de primeira categoria (julgam eles), felicita-os por terem ingressado no MPLA, salientand­o que o seu partido continua de braços abertos para receber todos os angolanos que, sob a sua bandeira e em torno do seu querido e divino líder, José Eduardo dos Santos, queiram contribuir para a coesão nacional e na reconstruç­ão do país.

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