Folha 8

SOLDADO DAS FAA ACUSADO DE ENCOMENDAR ASSALTO CONTRA O PRÓPRIO PAI

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Cláudio Pedro, de 25 anos de idade – soldado da Infantaria das Forças Armadas Angolanas (FAA), está a ser acusado de orquestrar um assalto de que foi vítima o seu próprio pai, ocorrido na tarde do dia 17.09.16, no Zango III, município de Viana, Província de Luanda. De acordo as testemunha­s, o incidente desenrolou-se quando Ricardo Pedro, pai do jovem soldado das Forças Armadas Angolanas, realizava o seu habitual serviço de moto-táxi, da primeira paragem do Zango III ao Kicuxi e vice-versa. No caso vertente, surgiram dois jovens alegadamen­te bem-parecidos que, mesmo depois de terem sido chamados com antecedênc­ia por outros indivíduos que também exercem o referido tra- balho de táxi motorizado, dirigiram-se a Ricardo Pedro, questionan­do sobre a tarifa da corrida, tendo de seguida, um se sentado na motorizada de Ricardo Pedro e o outro na moto do colega deste. Durante a viagem – após mais ou menos 150 metros do local de início da corrida, o jovem rebocado por Ricardo Pedro, sacou da arma que tinha escondido entre a cintura e as axilas, apontou-a ao condutor e disse-lhe para abandonar a motorizada. A vítima ainda tentou mostrar resistênci­a, dado o facto de a motorizada ser o meio utilizado para o sustento da família, mas a forma “convincent­e” do assaltante não lhe deu outra escolha, senão mesmo ceder o bem. “Infelizmen­te”, o mesmo sucedeu com o seu colega. Após o enunciado incidente, ao invés de confiar a investigaç­ão sobre a ocorrência, aos operaciona­is do SIC, junto da esquadra policial mais próxima, a vítima contou o sucedido e descreveu os prevaricad­ores aos jovens do bairro que, tratando-se do senhor Ricardo - pai do amigo deles, os rapazes da zona rapidament­e fizeram diligência­s, que resultou na captura de um dos presumívei­s assaltante­s. Sob domínio dos jovens do bairro, o alegado marginal confessou o crime e revelou tê-lo cometido por instrução de Cláudio Pedro, soldado das FAA e filho da vítima. “Ele (delinquent­e) contou-nos que foi o nosso amigo Cláudio quem mandou assaltar o próprio pai, porque lhe estavam a cobrar uma motorizada que ele havia roubado e vendido meses antes. O pior de tudo foi o facto de o Cláudio ter orientado os bandidos que matassem o próprio pai, caso se revelasse renitente”, contou uma das testemunha­s. Entretanto, pese embora se tenha voltado em lágrimas face à descoberta, a mãe do jovem militar está a desdobrar-se em esforços para que a verdade dos factos seja ignorada. No seio familiar o assunto já se tornou tabu. “A essa tia (mãe de Cláudio) não está bem. Um filho manda matar o pai e ainda continua a ser acolhido em casa? Isso é chocante! Tenho sido invadida por sentimento­s de revolta sempre que me deparo com o filho. A senhora e inclusive o próprio pai (a vítima), pelo facto de procurarem escamotear a verdade”, desabafou Maura da Luz, moradora da zona.

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