DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS PARA PROMOÇÃO DO ALCOOLISMO
Várias personalidades têm acusado o MPLA de incentivar o alcoolismo e, consequentemente, remetido a juventude ao insucesso escolar, associado à falta de qualidade do ensino, e outros problemas que o consumo exacerbado do álcool causa. Para percebemos como o MPLA “embebeda a juventude”, o F8 prestou atenção aos eventos festivos que se realizam na capital, quase sempre aos finais de semana. Sob o alto patrocínio do partido dos camaradas, uma organização denominada Tudilu Eventos contratou o músico Ferre Gola para cantar durante seis dias em Luanda, Dondo e Lucapa. Não sabemos quanto custou a sua vinda. Contactamos a organização mas não aceitou divulgar o valor. O certo é que não deve ser barato, pois o cantor é referência no seu país, Congo-kinshasa. Conforme vê-se no cartaz do espectáculo que aqui publicamos, uma empresa cervejeira – a NOCAL - faz parte dos patrocinadores do evento, e, como é regra, os participantes ao “show wumela” bebem sem pudor pois a bebedeira é “apadrinhada” pelo partido governante. Em algum dos eventos do género, como também é sabido, o preço da cerve- ja é até inferior ao preço do pão pequeno. E quem não tem dinheiro para comprar, pode beber as cervejas gratuitamente, pois o patrocínio serve para isso e ninguém pode manter-se sóbrio na governação de José Eduardo dos Santos. Lembremos uma “conversa de bairro” na TV Zimbo – que intitulam Debate Zimbo – onde estavam presentes os secretários-gerais da juventude do MPLA e da CASA-CE, e também Adriano Sapiñala, em representação dos jovens da UNITA. Naquele encontro, Sérgio Rescova, do MPLA, negou a acusação de Adriano Sapiñala e Rafael Aguiar, da juventu- de da CASA-CE, quando afirmavam que “os camaradas” promovem bebedeiras. Rescova mentia descaradamente, assinalou um jovem que já participou em alguns Campos de Férias dos Estudantes Universitários (CANFEU) da JMPLA. Os CANFEUS são normalmente realizados no princípio do ano, pouco antes do arranque do ano lectivo universitário. Segundo a propaganda e como se nota na denominação, o retiro colectivo é inclusivo, mas na prática é apenas para os estudantes-militantes do MPLA. A adesão dos militantes é gratuita. O partido cobre todas as despesas. Segundo outro participante ao CANFEU – todos falaram sob anonimato por serem da JMPLA -, as “ditas férias são mais uma excursão de tchilo e sexo longe de Luanda”. O secretário-geral da JMPLA é apontado como um dos frequentadores assíduos, ainda mais sendo o chefe dos jovens militantes. Muitos professores das escolas de ensino superior também participam nos CANFEUS. “Os professores aproveitam as alunas nesses retiros, e é ali onde se vê qual o professor que mais bebe. Se querem conhecer os professores bêbados de verdade é só irem num CANFEU”, contou um estudante que esteve na edição que decorreu no Kuando Kubango.