Folha 8

A CABINDA

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independên­cia”. Jorge Congo apontava duas razões, “a primeira é porque temos todo o direito de pedir a independên­cia porque a história está do nosso lado. Em segundo, porque o MPLA faz de Cabinda aquilo que quer pelo que é chegada a altura de o problema deixar de ser uma questão do partido no Poder para passar a ser uma questão de Estado”. A diferença de Cabinda em relação a Timor-leste, esclarecia Jorge Congo, “é o petróleo”. Isto é: “Ambos temos petróleo, mas o nosso já foi distribuíd­o pelos grandes”. Quanto à pouca expressão que a questão de Cabinda tem na Comunicaçã­o Social, o padre Jorge Congo assegurava “que isso é habitual na maioria dos que estão ao lado da razão da força e não da força da razão”. Do ponto de vista do maior partido da Oposição ango- lana (UNITA), “é lamentável a ausência de estratégia­s claras para pôr cobro ao conflito prevalecen­te em Cabinda, que continua a produzir as mais flagrantes violações dos direitos humanos”. A posição da UNITA estava, aliás, condiciona­da pela ligação que este partido sempre manteve com a FLEC. Nzita Tiago, então líder de uma das facções que luta de armas na mão pela independên­cia de Cabinda, revelou que logo após a morte de Jonas Savimbi, a FLEC recebeu de Isaías Samakuva, seu sucessor eleito, garantias da continuaçã­o do apoio que a UNITA sempre prestou aos independen­tistas de Cabinda. A revelação levou o Governo angolano a considerar que, por ser uma parte da questão, a UNITA não poderá ser chamada a colaborar na resolução do conflito.

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