ALETHEFOBIA
Este nome aparentemente estranho, é de origem grega. O mesmo se divide em duas partes, a primeira é Alêtheia, que quer dizer, verdade; a segunda é fobia, que quer dizer, medo. Da palavra Alêtheia, retiramos somente a sua raiz, que juntando com a palavra fobia, fica assim: alethefobia, que juntas podemos traduzir literalmente como, medo da verdade. Possivelmente o meu querido leitor, queira perguntar: medo da verdade? Mas, como pode ser isso? Todos os termos têm uma representação mental. Como? Ora bem! Sempre que falamos carro, na nossa mente vem a imagem de um carro, se o meu leitor tem um carro, é possível que neste instante esteja a pensar no seu próprio, ou em algum carro que já conduziu, ou que sonha ter. Semelhantemente, quando os gregos pronunciavam a palavra Alêtheia, a imagem que vinha à mente, era de “luz”. A verdade como uma atribuição divina é imperativamente uma necessidade humana. Daí que, as pessoas debatem um mesmo assunto, para através de alguma clareza, encontrarem um princípio unívoco como consenso. A possibilidade de encontrar algum consenso, faz-nos seres com a mesma dimensão, que transcende o nosso espaço físico circunscrito. Os professores de matemática, pedem aos estudantes para verificar uma equa- ção para provar se realmente o exercício está claramente executado. A tentativa de questionar a fundo, é uma busca pela verdade mais pura. Tal como já dissemos no parágrafo precedente, a verdade é uma necessidade humana, que se manifesta em todo o lugar habitado por homens e mulher. Nas línguas africanas, podemos do kimbumbu retirar o termo, Kidi; do kikango, kieleka; do umbumdu ocili; os mesmos apontam para o conceito de verdade como luz, clareza. Quando os sobas se reuniam para resolverem um problema, eles usavam provérbios de modo a estimular a reflexão pela verdade e estimular o sentimento pela obediência. Os grandes pensadores da filosofia grega, foram os primeiros a se questionarem pela verdade duradoura e invisível, além daquilo que é mutável e visível. Especificamente Platão, vai compreender que por trás do visível está a verdade mais profunda. Para ele, a verdade está acima do ser humano, e, só podemos ter acesso a ela, através da introspeção, impulsionado por um sentimento chamado eros. Se questionar pela verdade mais profunda constitui uma necessidade humana, logo, o ser humano nunca encontrará o sentido mais profundo da sua existência se não se questionar com profundidade. Homens e mulheres dos tempos idos, questionavam assim: quem sou? De onde vim? E, para onde vou? Estas perguntas apresentadas de maneira harmónica, nos fazem perceber que para compreendermos o sentido da nossa existência, precisamos compreender a nossa proveniência, bem como para compreender o nosso destino. Após Platão encontrar a verdade, ele vai harmonizar a sua vida com essa mesma verdade, sendo assim, ele dizia que o ser humano regressa de onde veio (no mundo das ideias claras e distintas). Perguntas como as que fizemos acima, deixaram de existir na face da terra. O homem contemporâneo deixou de se preocupar em orientar a vida para algo que lhe possa dar algum sentido fidedigno. Não querer saber de nós mesmos como seres existentes, manifesta uma queda espiritual do ser humano que se chama alethefobia. Os estoicos compreendiam através da razão natural, que existia uma razão acima da razão natural, porque se o ser humano tem acesso à verdade, mas não a tem cabalmente, então, portanto, o Ser que é a Verdade, é o mesmo que fez o ser humano, que chama o ser humano para a verdade em si, para a sua autossuperação antropológica. Porque se a verdade é uma necessidade profunda no ser humano, ela só pode ter proveniência do ser mais profundo em nós, a respeito do Qual, só temos o seu acesso mais profundo, na possibilidade de uma revelação. A revelação é um evento que ocorre nos limites das nossas capacidades. Revelação é um evento que está acima de toda a compreensão humana. O grande pregador internacional, Alejandro Bullón em uma das suas homilias, vai dizer que milagre não se explica, mas sim se aceita. Ele mesmo dá alguns exemplos, dizendo: Jesus curou o cego. Que